Governo e Congresso debatem estratégias para fechar as contas em 2025 com foco em taxação e corte de despesas
O governo federal, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, intensifica as discussões sobre como equilibrar as contas públicas para o exercício de 2025. Uma das propostas centrais em pauta é a taxação de apostas esportivas (bets) e de fintechs, medida que o presidente Lula tem defendido como importante para aumentar a arrecadação. A justificativa para essa taxação passa pela necessidade de criar novas fontes de receita para o Estado, sem necessariamente onerar a população de forma generalizada ou comprometer os programas sociais. A discussão sobre a tributação desses setores tem ganhado força nos últimos meses, refletindo uma busca por modernizar o sistema tributário e adequá-lo às novas realidades do mercado financeiro e de entretenimento.
Em contrapartida, dentro do Congresso Nacional, a prioridade expressa pelo líder do governo é a aprovação de projetos que visam o corte de despesas e o aumento da arrecadação. A estratégia de “orçamento sem remendos”, defendida por figuras como o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), indica a urgência em apresentar um plano fiscal sólido e sustentável, capaz de evitar contingenciamentos no orçamento do próximo ano. A preocupação com o bloqueio de verbas é uma constante no planejamento orçamentário, e a antecipação de medidas para garantir o cumprimento das metas fiscais é vista como essencial para a estabilidade econômica do país. A votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025, que foi adiada para novembro, adiciona um elemento de tensão a esse cenário.
A Câmara dos Deputados, por sua vez, se prepara para votar um pacote de medidas que inclui tanto o corte de gastos quanto a já mencionada taxação de fintechs. Essa articulação entre os poderes Legislativo e Executivo demonstra a complexidade do processo de ajuste fiscal, que exige negociação e consenso para a aprovação das propostas. A expectativa é que a votação ocorra na próxima semana, pressionada pela necessidade de definir o cenário orçamentário com a maior brevidade possível. A aprovação dessas medidas pode gerar um impacto significativo na economia, tanto em termos de arrecadação quanto de incentivo à contenção de gastos por parte do próprio governo e de setores específicos da economia.
Nesse contexto, a cogitação de uma nova Medida Provisória (MP) com foco no controle de despesas surge como uma alternativa para acelerar o processo e implementar mecanismos mais rigorosos de fiscalização e gestão dos recursos públicos. O objetivo é garantir que o orçamento de 2025 não enfrente os mesmos problemas de anos anteriores, com potenciais bloqueios que afetam a execução de políticas públicas e investimentos importantes. A articulação política entre o Palácio do Planalto e as lideranças partidárias no Congresso será crucial para o sucesso dessas iniciativas, que buscam conciliar a necessidade de ajuste fiscal com a manutenção de programas sociais e o desenvolvimento econômico do Brasil.