Jefferson da Silva Lima, um dos foragidos da Justiça brasileira em relação aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, protagonizou um protesto durante a realização do 1º Fórum de Buenos Aires, na Argentina, evento que contava com a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O incidente, ocorrido em solo argentino, expôs a continuidade das tensões políticas e judiciais que se seguiram à invasão das sedes dos três poderes em Brasília. Lima interrompeu a fala de Mendes para proferir críticas direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, figura central nas investigações e processos relacionados aos atos de vandalismo e tentativa de golpe que ocorreram no início do ano passado, além de expressar seu descontentamento com o sistema judiciário brasileiro. A presença de um foragido da justiça em tal evento, e sua capacidade de abordar figuras proeminentes do judiciário brasileiro, levanta questões sobre a segurança e o alcance das investigações em andamento, bem como sobre a articulação de grupos insatisfeitos com as decisões judiciais em âmbito internacional. A escolha de Buenos Aires como palco para o protesto pode ter sido estratégica, visando chamar a atenção da comunidade internacional e das autoridades locais, explorando a diplomacia e as relações bilaterais para questionar a legalidade e a legitimidade dos processos em curso no Brasil. A participação de Gilmar Mendes no fórum, promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), buscava discutir temas relevantes para a democracia e a segurança jurídica no continente, mas o protesto acabou ofuscando o debate principal, transformando o evento em um palco de confronto político e judicial indireto. É importante ressaltar que a situação de Jefferson da Silva Lima como foragido da justiça implica em um processo legal em curso, e suas ações buscam, de alguma forma, contestar as medidas que o levaram a essa condição. A repercussão do protesto pode ter implicações diplomáticas e gerar discussões sobre extradição e cooperação judiciária entre Brasil e Argentina, dependendo do posicionamento das autoridades de ambos os países e da evolução das investigações que envolvem Lima e outros indivíduos ligados aos atos de 8 de janeiro. Este episódio demonstra a persistência das ramificações dos eventos de 8 de janeiro, que continuam a gerar desdobramentos tanto no cenário interno quanto nas relações internacionais do Brasil, especialmente no que tange à soberania judicial e à defesa do Estado Democrático de Direito. A capacidade de foragidos de se manifestarem em eventos internacionais com a presença de autoridades brasileiras destaca a complexidade do cenário pós-8 de janeiro e a necessidade de um acompanhamento contínuo dos desdobramentos jurídicos e políticos relacionados aos envolvidos.