Enfermeira é Condenada à Prisão Perpétua por Assassinato de Cinco Bebês na Argentina
Uma enfermeira argentina foi sentenciada à prisão perpétua nesta quarta-feira (12) após ser considerada culpada pelo assassinato de cinco bebês recém-nascidos, em uma decisão proferida por um tribunal na província de Buenos Aires. O caso, que remonta a 2012, envolveu a morte de bebês em uma maternidade de Sarandí, que na época levantou suspeitas sobre a conduta da equipe médica. A acusada, identificada como Daiana Agüero, de 36 anos, atuava como técnica em enfermagem no Hospital Evita de Avellaneda e foi inicialmente presa em 2016, mas o julgamento se arrastou por anos devido a complexidades processuais e a necessidade de reunir evidências robustas. A sentença de prisão perpétua, estabelecida pelo Tribunal Oral em Lo Criminal 3 de Lomas de Zamora, impõe a pena máxima prevista pela legislação argentina para crimes de homicídio qualificado, o que reflete a gravidade dos atos imputados à enfermeira. A promotoria sustentou durante o julgamento que Agüero utilizou métodos para induzir arritmias cardíacas fatais nos recém-nascidos, demonstrando um padrão de comportamento sádico e planejador. Um dos pontos cruciais para a condenação foi a reanálise de prontuários e laudos periciais que indicavam a aplicação de substâncias e técnicas incomuns nos óbitos dos bebês. As vítimas tinham idades entre 1 e 4 dias de vida, e suas mortes repentinas e inexplicadas inicialmente levaram à abertura de investigações administrativas. Posteriormente, a persistência de um número incomum de óbitos com características semelhantes em um curto período de tempo motivou a intervenção da polícia e do Ministério Público. A defesa da enfermeira alegou insanidade mental, mas os laudos psiquiátricos apresentados durante o processo não foram suficientes para comprovar a inimputabilidade. Acredita-se que a motivação por trás dos assassinatos possa estar ligada a um transtorno psicológico da ré, que teria buscado uma forma distorcida de atenção ou controle, mas essa hipótese não diminui a responsabilidade criminal pelos atos. O caso gerou grande comoção na Argentina e trouxe à tona debates sobre a segurança em unidades de terapia intensiva neonatal e a fiscalização do trabalho de profissionais de saúde. Familiares dos bebês assassinados acompanharam o julgamento de perto, buscando justiça e respostas para a tragédia que marcou suas vidas. A sentença, embora tardia, representa um alívio e um encerramento para as famílias, que lutaram por anos para que a verdade viesse à tona e os responsáveis fossem devidamente punidos. A repercussão do caso também intensificou as discussões sobre a importância da saúde mental dos profissionais que lidam com situações extremas de sofrimento humano no ambiente hospitalar, ressaltando a necessidade de acompanhamento psicológico contínuo. A prisão perpétua na Argentina prevê o cumprimento integral da pena, sem benefícios ou progressão de regime, o que significa que Daiana Agüero passará o resto de sua vida atrás das grades. A defesa ainda cogita a possibilidade de recorrer da decisão em tribunais superiores, mas a condenação inicial é considerada um marco importante na busca por justiça para as vítimas e suas famílias. Este episódio trágico serve como um lembrete sombrio dos perigos que podem surgir dentro de instituições de saúde e da importância de vigilância constante para garantir a segurança dos pacientes mais vulneráveis.