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Deputados correm para aprovar PEC que facilita privatização da Copasa

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) se prepara para uma votação tensa nesta sexta-feira, com a pauta do dia incluindo a PEC do Referendo. A proposta visa alterar significativamente o processo de referendos e plebiscitos no estado, mas o foco principal das discussões recai sobre seu impacto na privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Deputados de diferentes espectros políticos já demonstraram posições contrárias e favoráveis à medida, que pode abrir caminho para a venda da empresa estatal. A urgência na aprovação, com marcação de reuniões em horários incomuns, como a madrugada, acende o debate sobre a transparência e a celeridade do processo legislativo. A manhã desta sexta-feira foi marcada por protestos e uma atmosfera de tensão no plenário, com acusações mútuas entre parlamentares e a presença simbólica de objetos como travesseiros e cobertores, representando a disposição em prolongar a discussão e defender seus pontos de vista. Alguns deputados chegaram a acusar colegas de defenderem a venda da Copasa para financiar campanhas eleitorais, intensificando o clima de confronto. A PEC, que supostamente acabaria com a necessidade de referendos para certas decisões e facilitaria a privatização da Copasa, é vista por seus opositores como um desrespeito à vontade popular e um movimento que pode prejudicar a qualidade dos serviços de saneamento oferecidos à população mineira. Grupos da sociedade civil e movimentos sociais já se organizam para monitorar e protestar contra a aprovação da PEC, argumentando que a venda da Copasa representa a entrega de um serviço essencial a interesses privados, o que poderia resultar em aumento de tarifas e diminuição da cobertura, especialmente em áreas menos rentáveis. A discussão sobre a venda de estatais não é nova no Brasil e em Minas Gerais, mas este caso específico da Copasa ganha contornos dramáticos pela forma como a votação está sendo conduzida e pelas acusações que circulam nos bastidores políticos. A possibilidade de aprovação em primeiro turno nesta sexta-feira, impulsionada pela maioria que apoia a medida, levanta dúvidas sobre a profundidade do debate democrático e a real representatividade dos interesses da população mineira. Este evento legislativo tem o potencial de redefinir o futuro do saneamento no estado e gerar impactos sociais e econômicos duradouros, mobilizando diferentes setores da sociedade em torno de um tema de grande relevância pública.