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A Trágica Morte de Celina e o Desafio da Infecção Hospitalar no Brasil

A trágica morte de Celina, uma criança de apenas cinco anos, devido a uma infecção generalizada enquanto aguardava atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Brasil, lança uma luz sombria sobre a persistência e a gravidade das infecções hospitalares no país. Este lamentável incidente não é um caso isolado, mas sim um doloroso reflexo das deficiências sistêmicas que ainda afligem o setor da saúde. A infecção, que em muitos casos é prevenível e tratável, continua a ser uma das principais causas de morte, evidenciando a urgência de uma reformulação nas práticas e estruturas de atendimento. A vulnerabilidade de pacientes, especialmente crianças e idosos, é acentuada em ambientes onde a superlotação e a escassez de recursos são rotina. Em hospitais e UPAs, as infecções podem se proliferar rapidamente devido à falta de higiene adequada, à inadequação de equipamentos e à baixa adesão aos protocolos de controle de infecção. A sobrecarga dos profissionais de saúde, que muitas vezes trabalham em condições precárias, também compromete a qualidade do atendimento e aumenta o risco de falhas que culminam em quadros infecciosos graves. A problemática das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) é complexa e multifacetada, envolvendo desde a infraestrutura física das unidades de saúde até a capacitação e o número de profissionais. A resistência antimicrobiana, um desafio crescente em todo o mundo, agrava ainda mais o cenário, tornando o tratamento de certas infecções extremamente difícil ou impossível, mesmo com a disponibilidade de medicamentos. A fiscalização rigorosa, a implementação de diretrizes baseadas em evidências e o investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas são cruciais para reverter esse quadro. A morte de Celina serve como um doloroso lembrete de que a saúde não pode esperar. É imperativo que as autoridades invistam em políticas públicas que garantam o acesso a um atendimento de qualidade, seguro e humano para todos os cidadãos. A prevenção de infecções deve ser uma prioridade máxima, com foco na melhoria das condições sanitárias, na educação continuada dos profissionais de saúde e na conscientização da população sobre a importância de buscar atendimento médico precocemente. Somente com um esforço conjunto e sistemático será possível evitar que mais vidas sejam ceifadas por causas que poderiam ser prevenidas.