Cirurgias são interrompidas no Hospital Maria Amélia Lins, em BH; pacientes serão encaminhados para o João XXIII

Hospital de referência em cirurgias ortopédicas em Minas Gerais, Hospital Maria Amélia Lins fechou o bloco cirúrgico após dano em um equipamento, que não tem previsão de reparo. Leitos vazios no Hospital Maria Amélia Lins, em Belo Horizonte
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O bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), localizado no bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, está fechado desde a última segunda-feira (6), e não há previsão de que volte a funcionar.
Pacientes e funcionários estão sendo transferidos para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que terá um aumento de pelo menos 200 cirurgias por mês.
Nesta quarta-feira (8), funcionários e pacientes fizeram um ato na porta do HMAL, para denunciar a interrupção de tratamentos e o cancelamento de cirurgias agendadas.
“O atendimento aos pacientes ficou prejudicado. O [Hospital] João XXIII não está comportando a demanda de pacientes que atendíamos no HMAL. Há muito cancelamento de cirurgia”, disse a técnica de enfermagem Angélica Sampaio, que trabalha no bloco cirúrgico.
“O Hospital João XXIII não está comportando a demanda de pacientes que atendíamos no HMAL. Há muito cancelamento de cirurgia”, disse a técnica de enfermagem Angélica Sampaio
Vestido com pijama hospitalar, o operador de guincho Robson Fortunato, 37 anos, queixava-se na porta do HMAL de estar “preso”, aguardando pela cirurgia, já com 24 horas de atraso.
“Eu tinha uma cirurgia marcada para ontem, daqui [do HMAL] me enviaram para o pronto-socorro [João XXIII], depois me mandaram para aqui de volta para esperar porque não tem nem previsão de quando vai ser a cirurgia”, falou.
“Os pacientes esperam e se preparam para a cirurgia, fazem jejum um dia inteiro, vários deles vêm de cidades do interior do estado e viajam mais de 300 quilômetros, mas, quando chegam aqui, a cirurgia é cancelada”, contou uma funcionária que não quis se identificar.
Robson Fortunato queixava-se na porta do HMAL de estar “preso”, aguardando pela cirurgia, já com 24 horas de atraso.
Problemas estruturais
Funcionários ouvidos pelo g1 contam que a falta de manutenção adequada nos equipamentos está prejudicando cada vez mais a qualidade do serviço prestado. A diretoria do hospital confirma que a instituição enfrenta “sérios problemas estruturais”.
De acordo com Samuel Cruz, diretor técnico assistencial, “a gota d´água para a interrupção dos atendimentos foi a danificação de uma peça do arco cirúrgico, equipamento essencial para precisão nos procedimentos cirúrgicos, em dezembro de 2024”.
Segundo ele, a transferência da operação foi motivada pela necessidade de resolver o problema do bloco cirúrgico do HMAL, que não tinha condição de continuar funcionando, e o espaço ocioso no bloco cirúrgico do Hospital João XXIII, que enfrenta falta de cobertura plena de equipe.
O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sind-Saúde) criticou a solução encontrada pela diretoria. A entidade teme pela interrupção de atendimentos.
“Já tínhamos um déficit para cirurgia ortopédica no estado. O HMAL já vivia lotado. Fechar o bloco cirúrgico será o caos total no setor de ortopedia”, disse Neuza Freitas, membro da diretoria.
Nesta quarta-feira (8), funcionários e pacientes fizeram um ato na porta do HMAL, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte
Maíra Cabral/TV Globo
Referência em ortopedia
Fundado em 1947, o HMAL foi o primeiro pronto-socorro da capital mineira e é referência na realização de cirurgias ortopédicas eletivas no estado de Minas Gerais. Desde 2019, trabalha na retaguarda do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, recebendo o excedente dos atendimentos.
Ao concentrar todos os atendimentos no João XXIII, os pacientes de cirurgias eletivas concorrem com os atendimentos de urgência do Pronto-Socorro. Com isso, é dada preferência aos pacientes da emergência, e os cancelamentos para os pacientes do HMAL estão sendo corriqueiros.
Em nota, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) disse que “que não procede a informação de fechamento do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL)”.
“Os procedimentos ortopédicos de baixa complexidade e curto tempo de internação, entre 24 horas e 48 horas, que estão sendo feitos no João XXIII. Após a cirurgia, o paciente retorna para o HMAL para sua recuperação até o momento da alta”, afirmou a Fhemig.
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