Uma recente pesquisa realizada pela BBCIpsos-Ipec aponta para uma percepção negativa sobre a imagem dos Estados Unidos entre os brasileiros, exacerbada pelas recentes medidas tarifárias impostas pelo governo americano. De acordo com o levantamento, aproximadamente um terço da população brasileira considera que a imagem dos EUA se deteriorou. Essa percepção negativa está diretamente atrelada às políticas comerciais adotadas pelo ex-presidente Donald Trump, que implementou tarifas sobre diversos produtos importados, gerando um impacto significativo no cenário econômico global e nas relações bilaterais. O dado sugere uma fragilização da imagem americana em um momento de tensões comerciais e questionamentos sobre a ordem econômica internacional. A instabilidade gerada por essas tarifas não se limitou apenas à esfera econômica, mas também influenciou a forma como o Brasil e outros países percebem a diplomacia e as intenções políticas americanas. Enquanto Trump justificou suas ações como medidas necessárias para proteger a indústria doméstica e promover acordos comerciais mais justos, muitos observadores internacionais, incluindo no Brasil, interpretaram essas ações como protecionistas e unilaterais, prejudicando a cooperação e a confiança mútua. Agregando a este cenário, a pesquisa também revelou uma divisão na opinião pública brasileira sobre como o país deve retaliar a essas medidas. Quase metade dos entrevistados, precisamente 49%, acredita que o Brasil deve responder ao “tarifaço” americano implementando tarifas equivalentes, uma postura defensiva e retaliatória que visa proteger os setores econômicos nacionais. Esse percentual demonstra uma parcela considerável da população que apoia uma postura mais firme e assertiva do Brasil nas negociações comerciais e na defesa de seus interesses. Por outro lado, 43% dos brasileiros discordam dessa abordagem de retaliação, sugerindo que preferem outras estratégias de negociação ou que temem as possíveis consequências negativas de uma guerra comercial. Essa divergência de opiniões reflete a complexidade do tema e a falta de um consenso sobre a melhor forma de navegar em um ambiente de comércio internacional cada vez mais volátil e desafiador. A análise desses dados é crucial para entender o sentimento público em relação às relações Brasil-EUA e para subsidiar futuras decisões de política externa e comercial do país.