O Plano Safra 2025/2026 se apresenta como um marco para o agronegócio brasileiro, com projeções de volume recorde de crédito e uma diversificação de fontes de financiamento. Uma das tendências mais notáveis é o crescimento dos fundos de direitos creditórios (FIDCs), que já movimentam R$ 630 bilhões, indicando um apetite crescente do mercado por instrumentos financeiros alternativos e mais flexíveis para o setor. Essa modalidade, que capta recursos no mercado para financiar atividades agropecuárias, tende a complementar o crédito tradicional, oferecendo agilidade e diversificação de portfólio para investidores e produtores. Ao mesmo tempo, a iniciativa busca expandir o acesso a capital para cadeias produtivas específicas.

Dentro das diretrizes do novo plano, o custeio de 3% para a genética leiteira, previsto no Plano Safra, surge como um incentivo importante para o aprimoramento genético do rebanho nacional, com potencial para aumentar a produtividade e a competitividade do setor de laticínios. No entanto, as preocupações com eventuais entraves burocráticos e operacionais que possam dificultar o acesso a esses recursos permanecem no radar, exigindo atenção para garantir que os benefícios cheguem efetivamente aos produtores que mais necessitam da tecnologia e do investimento destinado à modernização de suas propriedades e do seu plantel.

Outro ponto de destaque é o montante recorde de crédito anunciado para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) na safra 2025/2026. Apesar do volume robusto, há um debate em curso sobre a suficiência desses recursos para cobrir os custos reais por hectare, considerando a inflação e o aumento dos insumos. A análise detalhada da estrutura de custos e a efetiva capacidade de absorção do crédito por parte dos pequenos produtores são cruciais para que o programa atinja seus objetivos de fomentar a produção e garantir a segurança alimentar do país.

Ademais, o Plano Safra ampliou a atuação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e trouxe novas oportunidades para o empresariado do agronegócio. A maior participação da Conab em ações como a gestão de estoques e o monitoramento de safras pode trazer mais estabilidade ao mercado, enquanto a articulação com novos instrumentos de fomento e crédito abre avenidas para inovação e expansão dos negócios no campo. A articulação entre políticas públicas, investimentos privados e a atuação de órgãos de fomento é fundamental para o desenvolvimento sustentável e a prosperidade do agronegócio brasileiro.