Na verdade, cenas que viralizaram são de escândalo de desvio de recursos ocorrido na Colômbia em 2015 e 2016. Vídeo que mostra crianças com merenda “fake” não ocorreu na Venezuela, e sim na Colômbia
Imagem: g1
Voltou a circular nas redes um vídeo que mostra uma fila de crianças em uma escola, que seria na Venezuela, posando para fotos com um prato de merenda escolar e devolvendo a comida sem poder comer nada. É #Fake.
selo fake
g1
O que diz a publicação mentirosa
▶️ O vídeo, que já havia viralizado anos atrás, apareceu de novo em posts no Instagram – e especialmente em grupos do Facebook– entre os últimos dias de 2024 e os primeiros de 2025. Veja três exemplos de legendas de publicações que divulgaram o vídeo de modo descontextualizado:
“Na Venezuela, nenhum estudante passa fome…todos têm lanche…as fotos estão aí para provar…”
“Na Venezuela de Maduro e Lula, nenhum estudante passa fome…Todos tem lanche…As fotos estão aí para provar… CANALHAS.”
“Enquanto isso na Venezuela de Maduro Já Apodrecido pela corrupção, e logo logo Lularapis Corruptandis implantará no Brasil, nenhum estudante passa fome…Todos terão um prato de comida bem generoso. As fotos estão aí para provar…”
▶️ As imagens mostram várias crianças de uniforme e organizadas em fila, na área externa de uma escola. Uma após a outra, elas posam para uma foto, enquanto seguram um prato de merenda em uma mão e um copo na outra.
▶️ Quem faz o retrato é uma mulher adulta, enquanto outra orienta os estudantes. Logo após o registro, eles repassam o prato e o copo ao colega ou à colega que vem logo atrás. Nesse momento, nenhuma chega a consumir nada. É possível ouvir vozes em espanhol.
▶️ Na sequência, a mesma mulher que estava tirando as fotos passa a servir, de fato, alunos em uma segunda fila. Eles recebem pequenas porções de comida, que cabem na palma de uma das mãos.
Fato ou Fake: a checagem passo a passo
▶️ Para checar se o vídeo realmente se passa na Venezuela, o Fato ou Fake utilizou a ferramenta InVid, que realiza a fragmentação do vídeo em diferentes frames. Para rastrear a origem do conteúdo, fez-se uma busca reversa no Google Lens – o mecanismo permite analisar elementos de fotos para procurar correspondências na internet.
▶️ A busca reversa encontrou uma reportagem do “Extra” que saiu em 31 de março de 2016, com base em uma denúncia do jornal colombiano “El Tiempo”. A publicação descreve um escândalo ocorrido em uma escola chamada Instituición Educativa Sagrado Corazón de Jesús, que fica na cidade colombiana Aguachica. Ou seja, o fato não ocorreu na Venezuela, como os posts fora de contexto fazem acreditar.
▶️ Segundo o “El Tiempo”, a Fundación Provenir Valledupar, responsável pelo abastecimento da merenda do colégio Sagrado Corazón de Jesús, usava as fotos com os pratos de merenda para comprovar o pleno funcionamento de seus serviços. A mulher que aparece tirando as fotos das crianças foi identificada como funcionária dessa organização.
▶️ Ainda de de acordo com o jornal, o incidente se encaixava em um contexto de denúncias realizadas pela Defensoria Pública da União da Colômbia com relação a desvios de recursos públicos destinados a merendas escolares. Os atos de corrupção na área da educação atingiram 7 departamentos do país.
▶️ O prefeito de Aguachica chegou a ser preso na época, após indiciamento da Procuradoria-Geral da República da Colômbia, em razão do envolvimento do gabinete municipal neste escândalo. O órgão também descobriu que a Fundación Provenir Valledupar era uma empresa de fachada.
VÍDEOS: Fato ou Fake explica
VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE
Adicione nosso número de WhatsApp +55 (21) 97305-9827 (após adicionar o número, mande uma saudação para ser inscrito)
Imagem: g1
Voltou a circular nas redes um vídeo que mostra uma fila de crianças em uma escola, que seria na Venezuela, posando para fotos com um prato de merenda escolar e devolvendo a comida sem poder comer nada. É #Fake.
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g1
O que diz a publicação mentirosa
▶️ O vídeo, que já havia viralizado anos atrás, apareceu de novo em posts no Instagram – e especialmente em grupos do Facebook– entre os últimos dias de 2024 e os primeiros de 2025. Veja três exemplos de legendas de publicações que divulgaram o vídeo de modo descontextualizado:
“Na Venezuela, nenhum estudante passa fome…todos têm lanche…as fotos estão aí para provar…”
“Na Venezuela de Maduro e Lula, nenhum estudante passa fome…Todos tem lanche…As fotos estão aí para provar… CANALHAS.”
“Enquanto isso na Venezuela de Maduro Já Apodrecido pela corrupção, e logo logo Lularapis Corruptandis implantará no Brasil, nenhum estudante passa fome…Todos terão um prato de comida bem generoso. As fotos estão aí para provar…”
▶️ As imagens mostram várias crianças de uniforme e organizadas em fila, na área externa de uma escola. Uma após a outra, elas posam para uma foto, enquanto seguram um prato de merenda em uma mão e um copo na outra.
▶️ Quem faz o retrato é uma mulher adulta, enquanto outra orienta os estudantes. Logo após o registro, eles repassam o prato e o copo ao colega ou à colega que vem logo atrás. Nesse momento, nenhuma chega a consumir nada. É possível ouvir vozes em espanhol.
▶️ Na sequência, a mesma mulher que estava tirando as fotos passa a servir, de fato, alunos em uma segunda fila. Eles recebem pequenas porções de comida, que cabem na palma de uma das mãos.
Fato ou Fake: a checagem passo a passo
▶️ Para checar se o vídeo realmente se passa na Venezuela, o Fato ou Fake utilizou a ferramenta InVid, que realiza a fragmentação do vídeo em diferentes frames. Para rastrear a origem do conteúdo, fez-se uma busca reversa no Google Lens – o mecanismo permite analisar elementos de fotos para procurar correspondências na internet.
▶️ A busca reversa encontrou uma reportagem do “Extra” que saiu em 31 de março de 2016, com base em uma denúncia do jornal colombiano “El Tiempo”. A publicação descreve um escândalo ocorrido em uma escola chamada Instituición Educativa Sagrado Corazón de Jesús, que fica na cidade colombiana Aguachica. Ou seja, o fato não ocorreu na Venezuela, como os posts fora de contexto fazem acreditar.
▶️ Segundo o “El Tiempo”, a Fundación Provenir Valledupar, responsável pelo abastecimento da merenda do colégio Sagrado Corazón de Jesús, usava as fotos com os pratos de merenda para comprovar o pleno funcionamento de seus serviços. A mulher que aparece tirando as fotos das crianças foi identificada como funcionária dessa organização.
▶️ Ainda de de acordo com o jornal, o incidente se encaixava em um contexto de denúncias realizadas pela Defensoria Pública da União da Colômbia com relação a desvios de recursos públicos destinados a merendas escolares. Os atos de corrupção na área da educação atingiram 7 departamentos do país.
▶️ O prefeito de Aguachica chegou a ser preso na época, após indiciamento da Procuradoria-Geral da República da Colômbia, em razão do envolvimento do gabinete municipal neste escândalo. O órgão também descobriu que a Fundación Provenir Valledupar era uma empresa de fachada.
VÍDEOS: Fato ou Fake explica
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