MP denuncia 19 por esquema que teria desviado R$ 6 milhões da Uerj

Os promotores afirmam que, entre junho de 2021 e dezembro de 2022, Bruno Garcia Redondo se aproveitou do cargo de procurador da Uerj pra montar um esquema de contratação irregular e colocou parentes e amigos na universidade. Uerj
Reprodução/RJ2
O Ministério Público do Rio denunciou 19 pessoas por um esquema montado dentro da Uerj, que desviou mais de R$ 6 milhões de verba pública. Segundo o MP, o grupo recebia o dinheiro através bolsas de pesquisas da universidade.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o desvio de R$ 6.077.800 ocorreu em um intervalo de 19 meses.
Os promotores afirmam que, entre junho de 2021 e dezembro de 2022, Bruno Garcia Redondo se aproveitou do cargo de procurador da Uerj pra montar um esquema de contratação irregular.
Entre os contratados estavam a esposa dele, Fernanda de Paula Fernandes de Oliveira e também a mãe, o irmão, a tia, o tio, o padrasto e o irmão do padrasto de Fernanda, além amigos, ex-sócios e até o personal trainer de Bruno Redondo.
Uma das pessoas denunciadas, estava o professor Oswaldo Munteal Filho. Segundo a denúncia, foi ele quem autorizou a inclusão dos nomes indicados por Bruno Redondo nas folhas de pagamento.
O grupo foi selecionado para trabalhar em dois projetos de extensão universitária: Observatório Social da Operação Segurança Presente e Laboratório de Estudos Socioeducativos.
Ainda segundo a denúncia, não houve comprovação da prestação de serviços para justificar os pagamentos. Não foram formalizados contratos individuais entre o ente público e as pessoas contratadas, em desacordo com a lei.
Faltou ainda, diz a denúncia, publicidade dos valores da remuneração dos contratados, violando o princípio da transparência.
A Uerj também não teria adotado métodos gerenciais voltados para a obtenção dos melhores resultados na alocação dos recursos humanos.
A investigação é do MP junto com a Delegacia Fazendária. O promotor do caso Alexandre Themistocles afirma que “tais recursos, que deviam ser utilizados em favor da sociedade, na prestação de serviços públicos voltados à saúde, à educação ou à segurança pública, acabaram beneficiando indevidamente pessoas apadrinhadas justamente por quem tinha a obrigação de controlar a legalidade, a moralidade e a eficiência dos atos da administração pública”. Também disse que “o esquema favoreceu o enriquecimento de funcionários inescrupulosos.”
O MP afirma que os denunciados cometeram crimes contra a administração pública, pela prática de peculato – quando um funcionário público se aproveita do cargo para roubar dinheiro. O promotor pede que eles sejam suspensos das atividades públicas e proibidos de entrar na Uerj.
A investigação do caso continua para apurar os crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Outras denúncias envolvendo a Uerj
A Uerj já foi alvo do Tribunal de Contas do Estado pelo mesmo crime: suspeita de contratações irregulares. Segundo o TCE, entre 2021 e 2022, a universidade gastou R$ 640 milhões em projetos com pouca transparência. O esquema ficou conhecido como “Folha secreta da Uerj”.
O governador Cláudio Castro foi investigado por suspeita de usar programas da Uerj e do Ceperj para contratar cabos eleitorais para a eleição de 2022. Ele foi absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral.
O que dizem os citados
Atualmente Bruno Redondo trabalha como assessor da Cedae. A defesa dele diz que “recebe com surpresa e indignação a notícia da denúncia, à qual não teve acesso, e reforça que os procedimentos apuratórios concluíram que todas as provas demonstraram a inexistência de qualquer ilícito ou irregularidade. A defesa reitera ainda que confia na Justiça e está segura de que tudo será esclarecido”.
A defesa de Fernanda “manifesta sua surpresa com a denúncia, à qual desconhece, e reitera que as provas produzidas comprovam sua inocência, o que será demonstrado à Justiça”

Keep Up to Date with the Most Important News

By pressing the Subscribe button, you confirm that you have read and are agreeing to our Privacy Policy and Terms of Use
Advertisement