Vereadoras de Curitiba sofrem ataque por conta de roupas usadas em posse e reagem: ‘Desrespeita a dignidade, a honra e o papel institucional’


Notícia menciona que parlamentares ‘sexualizaram com decotes provocantes’. Vereadoras disseram que publicação ‘reforça estereótipos que minimizam a atuação política das mulheres’ Cerimônia de posse dos vereadores de Curitiba em 2024
Rodrigo Fonseca/CMC
Vereadoras de Curitiba foram alvo de ataques misóginos por conta das roupas que usaram durante a cerimônia de posse, realizada na última quarta-feira (1º).
Em uma publicação, o Blog do Tupan disse que as parlamentares “resolveram sexualizar com decotes provocantes”. Na mesma notícia, o portal destacou imagens das vereadoras assinando o termo de posse.
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A publicação gerou reação das parlamentares, que se manifestaram em nota conjunta publicada pela Câmara Municipal.
Para elas, o material desrespeitou a “dignidade, a honra e o papel institucional das vereadoras”.
“O teor do texto é inaceitável e reforça estereótipos que minimizam a atuação política das mulheres, reduzindo-as a aspectos físicos e tentando desviar o foco de sua competência e compromisso com a sociedade. Esse tipo de abordagem, além de ofensiva, vai contra os princípios constitucionais de igualdade, dignidade e respeito, fundamentais em uma democracia”, diz a nota.
O g1 tenta contato com o Blog do Tupan para comentar o caso.
Na nova composição da Câmara de Vereadores, 12 mulheres estão no parlamento. A maior bancada feminina da história do legislativo curitibano é composta por Amália Tortato (Novo), Andressa Bianchessi (União), Camilla Gonda (PSB), Carlise Kwiatkowski (PL), Delegada Tathiana Guzella (União), Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), Indiara Barbosa (Novo), Laís Leão (PDT), Meri Martins (Republicanos), Professora Angela (PSOL), Rafaela Lupion (PSD) e Vanda de Assis (PT).
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‘Violência política de gênero’
Nas redes sociais, a vereadora Laís Leão (PDT) avaliou a manifestação como um caso de violência política de gênero.
A legislação, em vigor desde 2021, considera crime de gênero ações que impeçam, restrinjam, menosprezem ou discriminem a campanha eleitoral ou o desempenho de mandato eletivo de mulheres. Em caso de condenação, a lei prevê pena de um a quatro anos de prisão, além de multa.
“Esse episódio deplorável demonstra o quanto ainda precisamos lutar para garantir um ambiente político igualitário e respeitoso […] Nossa resposta é firme: não haverá tolerância com retrocessos ou comportamentos que perpetuem o machismo e a misoginia”, escreveu.
Também nas redes sociais, a vereadora Camilla Gonda (PSB) afirmou ser lamentável “reduzir as atuações das parlamentares à mera observação de suas aparências físicas”.
A vereadora Indiara Barbosa (Novo) também lamentou o caso.
“Em um momento histórico em que Curitiba elege 12 mulheres como vereadoras para representar a população, temos que ver esse tipo de coisa, associar a imagem da mulher à conotação sexual. São coisas ainda que temos que enfrentar. Lamentável”, citou.
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