A União Europeia, através de sua Comissão de Competição, impôs uma multa significativa ao Google, no valor de 2,95 bilhões de euros, alegando que a empresa utilizou práticas anticompetitivas em seu negócio de publicidade online. Segundo a Comissão, o Google abusou de sua posição dominante no mercado para favorecer seu próprio serviço de intermediação de anúncios, prejudicando a concorrência e a inovação no setor. A decisão europeia se insere em um contexto global de crescente escrutínio regulatório sobre as grandes empresas de tecnologia, conhecidas como big techs, e suas práticas de mercado. A multa é uma das maiores já aplicadas pela UE em casos antitruste, refletindo a seriedade com que o bloco trata a manutenção da livre concorrência em seu mercado digital. O Google, por sua vez, declarou que pretende recorrer da decisão, argumentando que os serviços que oferece beneficiam anunciantes e editores. A análise da Comissão se concentrou especificamente na conduta da Alphabet, controladora do Google, no que tange à sua plataforma de intermediação de anúncios, conhecida como Ad Manager, e como ela impacta serviços concorrentes e a cadeia de valor da publicidade digital. Este caso levanta questões importantes sobre o poder de mercado das big techs e a capacidade dos reguladores de impor limites a essas poderosas corporações. A decisão europeia pode servir de precedente para legislações e ações regulatórias em outras jurisdições que buscam coibir abusos de posição dominante no mercado digital. A Europa tem sido particularmente ativa na regulação do setor de tecnologia, com iniciativas como o Digital Markets Act (DMA) e o Digital Services Act (DSA), que visam estabelecer regras mais claras e justas para as plataformas online. As novas leis buscam garantir que os mercados digitais sejam mais abertos e competitivos, protegendo tanto os consumidores quanto as empresas menores que operam nesses ecossistemas. Trump, em resposta à multa, manifestou forte oposição, classificando a ação europeia como injusta e prejudicial às empresas americanas. Ele afirmou que a União Europeia deveria parar de multar empresas dos EUA imediatamente e chegou a ameaçar abrir uma investigação comercial contra o bloco europeu como retaliação. Essa postura ressalta as tensões comerciais em curso entre os Estados Unidos e a União Europeia, e como as questões de regulação de tecnologia se tornaram um ponto de atrito significativo nas relações bilaterais. A retórica de Trump sugere uma abordagem protecionista em defesa das empresas americanas, mesmo que isso signifique confrontar aliados tradicionais em matéria comercial e regulatória. A resposta de Trump à multa imposta ao Google demonstra uma clara inclinação a usar o poder regulatório e comercial dos EUA como ferramenta de barganha e retaliação em assuntos internacionais, especialmente quando percebe ações que considera desfavoráveis aos interesses econômicos americanos. Essa estratégia pode intensificar as disputas comerciais e criar um ambiente de incerteza para as empresas que operam em ambos os lados do Atlântico, além de colocar pressão sobre instituições multilaterais e acordos comerciais existentes que tentam mediar essas complexas questões.