Policial militar absolvido em caso de morte de Leandro Lo
Após três dias de julgamento, o policial militar Henrique Velozo foi absolvido da acusação de homicídio qualificado contra o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo. O caso, que gerou grande comoção no meio esportivo e na sociedade, teve seu desfecho nesta sexta-feira (oito de dezembro de 2023) pelo Tribunal do Júri em São Paulo. A defesa de Velozo argumentou que ele agiu em legítima defesa, e o júri acatou este argumento para proferir a decisão. Leandro Lo, multicampeão de jiu-jítsu, foi morto a tiros em agosto de 2022, em uma casa de shows na Zona Sul de São Paulo. O episódio chocou pela brutalidade e pela perda de um atleta de renome internacional.
A noite fatídica em que Leandro Lo perdeu a vida envolveu uma discussão banal que escalated rapidamente. Segundo relatos, a confusão teria começado quando Velozo, fora de serviço, teria se desentendido com Lo em uma área VIP da boate. Imagens de câmeras de segurança e testemunhos foram cruciais durante o processo para reconstruir os eventos. A acusação sustentava que Velozo agiu de forma desproporcional e que o policial teria iniciado as agressões. A disparidade de forças, com Lo sendo um atleta de elite e Velozo um policial, também foi um ponto levantado pelos promotores.
A absolvição de Henrique Velozo levanta debates sobre a atuação policial, o uso da força e a interpretação da legítima defesa em casos de confronto. Enquanto a família de Leandro Lo e seus apoiadores expressam indignação e clama por justiça, a decisão do júri reflete a interpretação dos jurados sobre as provas apresentadas e a tese defensiva. A legítima defesa, conforme o Código Penal Brasileiro, ocorre quando alguém, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. No entanto, a aplicação deste conceito em situações de alta tensão e com o uso de armas de fogo é frequentemente objeto de controvérsia.
Leandro Lo é reconhecido como um dos maiores nomes da história do jiu-jítsu brasileiro, com inúmeros títulos mundiais e pan-americanos. Sua morte prematura representa uma perda imensurável para o esporte, deixando um legado de inspiração para milhares de praticantes. A repercussão do caso transcendeu os limites do tatame, colocando em evidência a violência urbana e os desafios enfrentados pelas forças de segurança pública. A sentença agora proferida encerra um capítulo judicial, mas as discussões sobre segurança, justiça e a aplicação da lei devem continuar.