Ministério Público do Rio pede suspensão de show de Leonardo em Teresópolis por alto custo
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com uma ação civil pública solicitando a suspensão imediata do show do cantor Leonardo agendado para acontecer em Teresópolis. O contrato prevê um investimento de R$ 800 mil, valor que gerou grande polêmica e questionamentos sobre a adequação dos gastos públicos, especialmente em um momento em que o município declarou estado de calamidade financeira. A promotoria argumenta que a realização do evento, com o dispêndio dessa monta, fere os princípios da administração pública, como a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, além de demonstrar desrespeito com a situação de fragilidade financeira enfrentada pela cidade. A justificativa para a proibição do show reside na necessidade de priorizar a alocação de recursos públicos para áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura, que poderiam se beneficiar do montante orçado para a apresentação artística. Ao invés de investir em um evento de grande porte, os recursos poderiam ser direcionados para mitigar os efeitos da calamidade e atender às demandas urgentes da população teresopolitana, garantindo assim o bem-estar social e a probidade na gestão dos cofres públicos. A polêmica envolve não apenas o custo do show do cantor Leonardo, mas também a decisão de contratar artistas de grande porte em um período de crise, levantando debates sobre as prioridades da gestão municipal diante das limitações orçamentárias e das necessidades da sociedade. A ação do MPRJ visa, portanto, assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de forma responsável e em consonância com a realidade econômica do município, protegendo o interesse público e combatendo a má gestão de verbas, especialmente em tempos de dificuldade financeira, onde cada centavo público se torna ainda mais valioso para a comunidade. O caso na justiça poderá ser um precedente para outras cidades que enfrentam dilemas semelhantes entre o investimento em cultura e a austeridade fiscal, buscando um equilíbrio que atenda tanto às aspirações culturais quanto às necessidades básicas da população.