Movimentos Sociais e PT Protestam Contra Congresso em 12 Capitais
Movimentos sociais e o Partido dos Trabalhadores (PT) deflagraram nesta quinta-feira (21) uma onda de protestos em ao menos 12 capitais brasileiras, com o objetivo principal de pressionar o Congresso Nacional por mudanças em pautas consideradas centrais para a classe trabalhadora e a população em geral. A mobilização, que teve como palco a Avenida Paulista em São Paulo, com bloqueios e manifestações, abordou uma gama de reivindicações, incluindo o fim da modalidade de trabalho conhecida como jornada 6×1, que flexibiliza a escala de folgas dos empregados, e a proposta de taxação mais rigorosa sobre grandes fortunas e bilionários. A manifestação também serviu como plataforma para críticas a Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, e a Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, além de estender críticas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, simbolizando um alinhamento com discursos anti-establishment e de defesa de direitos sociais.
A organização desses atos reflete um descontentamento crescente com o que os manifestantes consideram ser um Congresso hostil às demandas populares e um cenário político que favorece interesses econômicos concentrados. A bandeira contra a jornada 6×1 visa resguardar o direito ao descanso semanal remunerado e garantir melhores condições de vida para os trabalhadores, cujas rotinas poderiam ser severamente impactadas pela adoção generalizada dessa modalidade. Paralelamente, a pauta da taxação de bilionários busca promover uma maior justiça fiscal e redistribuição de renda, argumentando que aqueles com maior capacidade contributiva devem arcar com uma parcela mais significativa dos impostos, especialmente em um contexto de desigualdade social acentuada.
O posicionamento dos grupos em relação a figuras políticas como Bolsonaro e Trump sugere uma articulação ideológica mais ampla, conectando lutas locais com um discurso global de resistência a políticas de austeridade fiscal, flexibilização de leis trabalhistas e o que identificam como avanço de pautas conservadoras. Ao classificar o Centro como um inimigo do povo, os movimentos populares sinalizam a percepção de que o atual arranjo político no Congresso estaria dificultando ou bloqueando o avanço de pautas progressistas e a implementação de políticas sociais mais robustas, necessitando assim de uma pressão externa e direta para gerar mudanças legislativas.
A amplitude geográfica dos protestos, abrangendo diversas capitais, demonstra a capilaridade e o alcance desses movimentos na sociedade brasileira. A escolha de locais simbólicos, como a Avenida Paulista em São Paulo, conhecida por ser um centro financeiro e palco frequente de manifestações, amplifica o apelo midiático e a visibilidade das reivindicações. O sucesso ou o impacto dessas manifestações será medido não apenas pela presença nas ruas, mas pela resposta do poder legislativo e executivo às demandas apresentadas, e pela capacidade desses movimentos de manterem a pressão e engajamento da população em suas causas.