Morre Clara Charf, Viúva de Marighella e Importante Militante da Esquerda Brasileira, aos 100 Anos
Clara Charf, uma das figuras mais respeitadas e longevas do movimento de esquerda no Brasil, faleceu em São Paulo aos 100 anos de idade. Reconhecida nacionalmente como a viúva do renomado guerrilheiro Carlos Marighella, líder da luta armada contra a ditadura militar (1964-1985), Charf dedicou sua vida à militância política e à defesa dos direitos humanos. Sua trajetória se confunde com a própria história da resistência ao regime autoritário, o que a consolidou como um símbolo de perseverança e ideologia para diversas gerações de ativistas. A notícia de seu falecimento gerou comoção e homenagens de figuras políticas e sociais de todo o espectro progressista brasileiro.
Nascida em 1924, Clara Charf acompanhou de perto os turbulentos anos de ascensão do movimento comunista e as subsequentes perseguições políticas. Sua união com Carlos Marighella, que se tornou um dos principais símbolos da luta armada contra a ditadura, a colocou em uma posição de destaque na resistência. Mesmo após a morte de Marighella em um emboscada em 1969, Clara manteve-se ativa na luta pela redemocratização, participando de organizações e debates importantes para a construção do Brasil democrático que conhecemos hoje. Sua resiliência e compromisso com seus ideais inspiraram muitos e a tornaram uma figura fundamental na preservação da memória histórica do período.
Ao longo de suas últimas décadas, Clara Charf foi uma voz ativa na defesa da democracia, da justiça social e dos direitos dos trabalhadores. Participou de inúmeros eventos, seminários e debates, sempre compartilhando suas experiências e reflexões sobre a luta política no país. Sua casa e sua vida se tornaram um ponto de encontro para militantes, intelectuais e jovens que buscavam compreender as complexas décadas de ditadura e transição democrática. Aos 100 anos, sua lucidez e paixão pela causa permaneceram intactas, demonstrando a força de seu caráter e a profundidade de seu engajamento.
Nas redes sociais e em comunicados oficiais, diversas personalidades lamentaram a perda. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em nota oficial, expressou seu pesar, descrevendo Clara Charf como uma companheira e ressaltando sua importância histórica. Outras lideranças políticas e movimentos sociais também prestaram suas homenagens, reconhecendo o legado de luta e resistência deixado por Clara. Seu falecimento marca o fim de uma era, mas seu exemplo e suas memórias continuarão a inspirar a luta por um país mais justo e democrático.