Ministério da Saúde abre consulta pública para inclusão de vacina contra herpes-zóster no SUS
O Ministério da Saúde deu início a uma consulta pública para discutir a potencial inclusão da vacina contra o herpes-zóster no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa iniciativa é um passo importante na estratégia de ampliar a proteção da população contra essa enfermidade, que embora conhecida por suas manifestações cutâneas dolorosas, pode acarretar complicações graves, especialmente em idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido. A consulta pública permite que a sociedade civil, assim como especialistas da área de saúde, apresentem suas opiniões, sugestões e preocupações regarding a temática, contribuindo para uma decisão mais embasada e participativa. O herpes-zóster, também conhecido como cobreiro, é resultado da reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que causa a catapora (varicela). Após a infecção primária, o vírus permanece latente nos gânglios nervosos e pode ser reativado anos depois, desencadeando intensa dor e erupções cutâneas características. As complicações podem incluir a neuralgia pós-herpética, uma dor crônica que pode persistir por meses ou anos, além de acometer órgãos como o olho, cérebro e medula espinhal, podendo levar, em casos extremos, à morte. A disponibilidade e o acesso à vacina no SUS significariam um avanço considerável na prevenção primária e secundária de casos graves e incapacitantes da doença, aliviando o sofrimento de muitos brasileiros e reduzindo os custos associados ao tratamento de suas complicações. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) é o órgão responsável por analisar as evidências científicas e econômicas para embasar essa decisão ministerial, e a consulta pública é uma etapa fundamental nesse processo de avaliação, garantindo transparência e o envolvimento de diversos setores da sociedade. Será preciso avaliar a epidemiologia da doença no Brasil, a eficácia e segurança das vacinas disponíveis no mercado, os custos de sua produção e aplicação, e a capacidade de logística do SUS para sua distribuição em larga escala, considerando especialmente a faixa etária a ser prioritariamente vacinada, que historicamente compreende indivíduos acima de 50 anos e aqueles com condições de imunossupressão. A sociedade terá agora um período para manifestar seu interesse e contribuir com informações que possam enriquecer a análise técnica e científica, visando a proteção da saúde pública em todo o território nacional e um planejamento eficaz das ações de imunização a serem implementadas caso a vacina seja incorporada ao PNI.