As manifestações em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorridas em importantes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro no feriado de 7 de Setembro, foram marcadas pela exibição ostensiva de bandeiras dos Estados Unidos. Este símbolo, frequentemente associado a movimentos de direita e conservadores globalmente, sublinhou a proximidade ideológica que parte dos apoiadores de Bolsonaro busca com os Estados Unidos e suas lideranças, em especial o ex-presidente Donald Trump. A escolha da Avenida Paulista em São Paulo e da Praia de Copacabana no Rio como palcos para esses atos demonstra a intenção de alcançar grande visibilidade midiática e mobilizar um número expressivo de pessoas. A presença de bandeiras estrangeiras em manifestações políticas internas levanta discussões sobre soberania e influências externas nos assuntos domésticos do Brasil, em um contexto de polarização política acentuada. A demanda por anistia ampla, como expressa por figuras políticas ligadas ao bolsonarismo, sugere um desejo de revisão de processos legais e de possíveis punições aplicadas a indivíduos alinhados com o ex-presidente ou com movimentos sociais diversos que se sentem perseguidos. Essa reivindicação se insere em um debate mais amplo sobre justiça, impunidade e o papel do Estado em lidar com descontentamentos populares, muitas vezes interpretados como ameaças à ordem democrática. O foco das críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), com menções específicas ao ministro Alexandre de Moraes, reflete um sentimento de desconfiança e oposição por parte de setores da sociedade em relação às decisões da mais alta corte do país. A retórica de entregar a cabeça de Moraes na bandeja, utilizada por um dos líderes políticos envolvidos, é um exemplo da linguagem inflamada que tem marcado o discurso político recente, elevando a tensão entre os poderes e alimentando a polarização. Esses atos, em sua totalidade, configuram um importante termômetro do cenário político brasileiro, evidenciando as linhas de força, as demandas e os antagonismos que moldam o debate público e a relação entre a sociedade e as instituições do Estado. A forma como essas manifestações são recebidas e interpretadas por diferentes segmentos da sociedade e pela mídia contribui para a contínua formação da opinião pública e para o desenrolar dos próximos capítulos da vida política nacional. É fundamental analisar essas ocorrências sob a ótica da liberdade de expressão, do direito de manifestação, mas também do respeito às instituições democráticas e à estabilidade do Estado de Direito, ponderando os possíveis impactos a longo prazo na coesão social e na governabilidade do país.