Madeireira em SC concede férias coletivas a quase 500 trabalhadores devido ao Tarifaço
Uma madeireira em Santa Catarina tomou a drástica decisão de conceder férias coletivas a aproximadamente 500 de seus trabalhadores. A medida é uma resposta direta ao chamado Tarifaço, um pacote de tarifas impostas que está afetando diretamente a cadeia produtiva do setor. A empresa, em comunicado, citou a imprevisibilidade do cenário econômico e a dificuldade em manter as operações em plena capacidade diante das novas taxas, o que levou à necessidade de um recesso forçado para parte de seu quadro funcional.especialistas no assunto indicam que essa ação pode ser apenas a ponta do iceberg. Há um receio considerável de que o chamado efeito dominó se instale, com outras empresas do setor, e possivelmente de outros segmentos que dependem de insumos importados ou que competem com produtos estrangeiros, também venham a implementar medidas semelhantes. A incerteza gerada por tarifas de importação frequentemente leva a reestruturações e cortes, impactando o emprego e a produção.O governador do Espírito Santo, em declarações recentes, admitiu a dura realidade de não ter condições de anular os efeitos desse tarifaço, o que demonstra a magnitude dos desafios impostos. Essa dificuldade em mitigar os impactos em nível estadual sublinha a complexidade da situação e a necessidade de estratégias nacionais robustas para lidar com a questão. Produtores de outros setores, como o de laranja, já consideram a possibilidade de deixar a produção apodrecer no pé, dada a inviabilidade econômica de exportar ou vender a preço competitivo sob as novas condições tarifárias imposta por esse pacote.
O impacto dessas tarifas transcende as fronteiras empresariais, atingindo a economia local e nacional. A produção agrícola, por exemplo, pode sofrer severamente, com produtores desestimulados a colher safras inteiras se o custo de exportação ou a competição com produtos estrangeiros mais baratos se tornarem proibitivos. Essa situação levanta bandeiras vermelhas para a segurança alimentar e para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro, um dos pilares da economia do país. A indústria madeireira, sensível a flutuações econômicas e custos de matéria-prima e exportação, é um dos primeiros setores a manifestar publicamente as consequências drásticas dessa política.