Kim Jong-un utiliza banheiro especial na China para ocultar informações sobre sua saúde
A utilização de um banheiro especial por Kim Jong-un durante sua visita à China levanta questões sobre o nível de paranoia e a necessidade de controle de informações por parte do regime norte-coreano. Essa medida drástica, que envolve a necessidade de funcionários limparem o DNA de Kim após encontros, demonstra uma preocupação exacerbada com a possibilidade de vazamento de dados sobre sua condição física, que poderiam ser usados por adversários ou simpatizantes. A coleta de material genético, mesmo que acidental, pode revelar informações valiosas sobre a saúde, predisposições genéticas ou até mesmo a identidade de indivíduos em contextos de segurança nacional. A Coreia do Norte, conhecida por seu sigilo extremo, parece levar essa política a um nível sem precedentes, mesmo em interações com aliados como a Rússia e a China. A inspeção minuciosa e a remoção de qualquer vestígio biológico sublinham a importância que o regime atribui à imagem de seu líder e ao controle narrativo sobre sua saúde e longevidade, elementos cruciais para a estabilidade do regime.
A escolha de Kim Jong-un de viajar de trem blindado em vez de avião para suas visitas internacionais, como para a China, não é apenas uma questão de preferência logística, mas também de segurança e estratégia. O trem blindado oferece um ambiente controlado e seguro, minimizando os riscos associados a viagens aéreas, como interceptação ou ataques. Além disso, a natureza da viagem de trem permite um controle maior sobre os itinerários, paradas e a capacidade de transportes de suprimentos e pessoal. Essas viagens de trem também são frequentemente cercadas de mistério, com relatos sobre o luxo e a complexidade dos vagões, incluindo possíveis vagões de comando e comunicação, adicionando outra camada de percepção sobre o poder e a importância da segurança pessoal do líder norte-coreano. A opulência e a funcionalidade desses trens blindados parecem projetar uma imagem de poder e autossuficiência, mesmo que isso implique em longas e elaboradas jornadas.
A relação entre Kim Jong-un e líderes como Vladimir Putin e Xi Jinping é de fundamental importância para a Coreia do Norte, tanto em termos de apoio político e econômico quanto de segurança regional. Os encontros entre esses líderes são cuidadosamente orquestrados para transmitir uma mensagem de unidade e força. A discrição em torno da saúde de Kim Jong-un durante essas reuniões internacionais visa evitar que seja percebido como fraco ou em declínio, o que poderia encorajar ações imprevistas de rivais ou gerar instabilidade interna. A expectativa é que, ao apresentar uma imagem de vigor e controle, Kim Jong-un reforce sua posição como líder indiscutível e protetor de seu país. As conversas durante essas reuniões estratégicas abordam questões de desnuclearização, sanções, ajuda humanitária e a cooperação militar e econômica, todas cruciais para a sobrevivência e o desenvolvimento da Coreia do Norte em um cenário geopolítico complexo.
A obsessão com a ocultação de informações sobre sua saúde e a segurança em viagens internacionais podem ser vistas como reflexos da natureza autoritária do regime norte-coreano. O culto à personalidade em torno da dinastia Kim é um pilar do sistema político, e qualquer percepção de fraqueza pode abalar a legitimidade do líder e, por extensão, do próprio regime. Ao empregar medidas tão extremas, Kim Jong-un busca garantir que a narrativa sobre sua liderança permaneça inabalável, protegendo a imagem que o regime construiu ao longo de décadas. A informação sobre a saúde de um líder político pode ter implicações significativas na estabilidade de um país, especialmente em regimes com sucessão incerta ou em situações de alta tensão internacional. Nesse sentido, o controle rigoroso sobre os dados biológicos e de saúde de Kim Jong-un é uma estratégia de manutenção de poder e influência.