J&F adquire Eletronuclear da Eletrobras por R$ 533 milhões
O grupo J&F oficializou a compra da Eletronuclear, estatal responsável pelas usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, em um negócio avaliado em R$ 533 milhões. Essa transação marca a saída definitiva da Eletrobras do setor nuclear, que era considerado um desafio estratégico e financeiro para a companhia. A J&F, que já atua em diversos setores da economia, como alimentos, finanças e infraestrutura, agora adiciona a energia nuclear ao seu portfólio, prometendo impulsionar o desenvolvimento e a eficiência da Eletronuclear. A aquisição se insere em um contexto de privatizações e reestruturação da Eletrobras, buscando torná-la mais enxuta e focada em seus negócios principais no setor elétrico tradicional. É importante notar que, com essa negociação, a titularidade das concessões das usinas nucleares muda de controle acionário, mas a operação e a regulamentação continuarão sob a supervisão rigorosa do Estado brasileiro, garantindo a segurança e o interesse público. O governo, por sua vez, solicitou um estudo aprofundado sobre a viabilidade e os próximos passos para a retomada das obras de Angra 3, cujo andamento tem sido marcado por complexidades técnicas e financeiras ao longo dos anos. A expectativa é que a entrada da J&F possa trazer novos ares e investimentos para a conclusão do projeto, que é fundamental para diversificar a matriz energética brasileira e aumentar a segurança no suprimento de eletricidade. A Eletrobras, ao se desfazer de sua participação na Eletronuclear, cumpre uma etapa importante de sua estratégia de privatização, liberando capital e focando em seus núcleos de negócio mais rentáveis. Essa movimentação já reflete positivamente nas expectativas do mercado em relação ao futuro da companhia, com um potencial ciclo de investimentos e valorização de suas ações, alimentado pela perspectiva de uma operação mais eficiente e menos exposta a riscos regulatórios e de longo prazo da área nuclear. A entrada de um novo sócio privado com experiência em gestão e investimentos robustos levanta a possibilidade de otimizar a operação das usinas existentes e acelerar a finalização de Angra 3, considerada uma peça-chave para o planejamento energético do país, especialmente em um cenário global de crescente demanda por fontes de energia limpas e confiáveis. A estratégia da J&F de assumir o controle da Eletronuclear demonstra uma aposta no potencial futuro da energia nuclear no Brasil, vista por muitos como uma alternativa importante para a transição energética, complementando as fontes renováveis intermitentes como a solar e a eólica.