IBGE: Número de pessoas em fome no Brasil cai para 6,48 milhões em 2024
A mais recente pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz um alívio significativo para o cenário social do país: o número de brasileiros que enfrentam a fome, ou seja, em situação de insegurança alimentar grave, apresentou uma queda expressiva de 23,5% em 2024, totalizando 6,48 milhões de pessoas. Este dado representa o menor índice de fome registrado desde 2004, consolidando um marco importante na luta contra a insegurança alimentar no Brasil. A redução demonstra a efetividade de políticas públicas implementadas nos últimos anos, bem como a resiliência e a capacidade de recuperação da sociedade brasileira diante de desafios econômicos e sociais.
A análise detalhada dos dados do IBGE também revela uma distribuição heterogênea da insegurança alimentar entre as regiões do país. Enquanto alguns estados e regiões metropolitanas apresentam índices de segurança alimentar robustos, outros ainda necessitam de atenção especial e a continuidade de programas de auxílio emergencial e de fomento à agricultura familiar e segurança alimentar. O Paraná, por exemplo, foi destacado por apresentar um dos maiores índices de segurança alimentar do Brasil, sinalizando boas práticas de gestão e políticas sociais eficazes em âmbito estadual. Essa diversidade de cenários reforça a necessidade de abordagens adaptadas às realidades regionais para erradicar completamente a fome.
O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou o resultado, ressaltando que a erradicação da fome tem sido sua “obsessão” e que a saída de quase 26,5 milhões de pessoas da situação de insegurança alimentar grave, considerando a evolução desde o início de seu mandato e a redução mais recente, é um indicativo positivo. Ele atribuiu a melhora à retomada de programas sociais, ao fortalecimento do Bolsa Família, à política de valorização do salário mínimo e ao incentivo à produção de alimentos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A articulação entre esses programas busca garantir o acesso a alimentos de qualidade e fortalecer a economia local.
Para além da diminuição dos números absolutos, é crucial analisar as causas estruturais que levam à fome e à insegurança alimentar. Fatores como desigualdade social, desemprego, acesso limitado à educação e saúde, e a concentração de renda ainda são desafios persistentes. Portanto, a redução da fome não deve ser vista apenas como um resultado de políticas imediatas, mas como parte de um processo contínuo de desenvolvimento socioeconômico que visa garantir dignidade e oportunidades para todos os brasileiros. A manutenção e o aprimoramento das políticas de transferência de renda, o investimento em geração de emprego e renda, e o combate à desigualdade continuam sendo fundamentais para consolidar os avanços e garantir que a fome não retorne a assombrar milhões de famílias.