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GWM Inaugura Fábrica no Brasil e Fortalece Relação com China em Evento com Lula

A Great Wall Motor (GWM) deu um passo significativo em sua estratégia de expansão na América Latina com a inauguração oficial de sua fábrica em Iracemápolis, no interior de São Paulo. A unidade fabril, que promete flexibilidade para produzir desde veículos híbridos até picapes a diesel, já nasce com a perspectiva de montagem de carros utilizando um percentual de peças importadas, uma prática comum no início de operações de montadoras estrangeiras em novos mercados. Essa abordagem permite agilizar o processo de produção e adaptação dos modelos às especificações locais, enquanto a cadeia de suprimentos nacional é gradualmente desenvolvida e integrada. A escolha de São Paulo como polo de produção reforça o potencial logístico e de mercado do estado para a indústria automotiva.

Durante a cerimônia de inauguração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de ressaltar a importância da parceria com a China e manifestou otimismo quanto aos desdobramentos dessa colaboração para a economia brasileira. Lula expressou que a GWM encontrará “mais felicidade com trabalhadores brasileiros do que têm na China”, um discurso que ecoa a política de geração de emprego e renda através da atração de investimentos estrangeiros produtivos. A vinda da GWM, juntamente com outras marcas chinesas como BYD e JAC Motors, sinaliza uma mudança no cenário automotivo global e local, com a crescente participação de fabricantes asiáticos, que têm apresentado tecnologias inovadoras e preços competitivos.

A estratégia da GWM de montar veículos com peças importadas é um reflexo da dinâmica do setor automotivo globalizado. Muitas montadoras, ao ingressarem em novos mercados, optam por um modelo CKD (Completely Knocked Down) ou SKD (Semi Knocked Down), onde os veículos são enviados em kits e montados localmente. Essa modalidade facilita a introdução de novos modelos, reduz a necessidade de investimentos iniciais em linhas de produção de componentes e permite um acúmulo de conhecimento e experiência local para futuras etapas de nacionalização de peças. A expectativa é que, com o tempo, a GWM aumente gradualmente o índice de nacionalização de seus componentes, fortalecendo a cadeia produtiva brasileira.

O cenário automotivo brasileiro tem testemunhado uma verdadeira “invasão made in China” nos últimos anos, com a previsão de que até o final de 2025 um total de 16 marcas chinesas de automóveis já estejam atuando no país. Essa proliferação não se limita apenas à oferta de veículos com motores a combustão, mas abrange fortemente o segmento de eletrificação e híbridos, áreas onde as montadoras chinesas têm se destacado globalmente. A chegada dessas novas marcas pressiona a concorrência, introduz novas tecnologias e desafia as montadoras tradicionais a se reinventarem, promovendo um ambiente mais dinâmico e com maior variedade de opções para os consumidores brasileiros, além de potencialmente impulsionar a transição energética no setor de transportes.