Após 35 dias de paralisação, o mais longo shutdown da história dos Estados Unidos parece ter um fim à vista. A Casa Branca anunciou nesta quarta-feira (12) que o presidente Donald Trump deverá assinar um projeto de lei para encerrar o impasse que afetou a administração federal desde dezembro. O acordo, que prevê a aprovação de verbas temporárias para agências governamentais sem a inclusão dos bilhões de dólares para a construção de um muro na fronteira com o México, deve passar por votações decisivas na Câmara e no Senado dos EUA ao longo do dia. A expectativa é que o governo retome suas atividades normais e os funcionários públicos afetados retornem aos seus postos em breve, aliviando a pressão econômica e social causada pela crise.

A paralisação, que teve início em 22 de dezembro de 2018, impactou diretamente cerca de 800 mil funcionários federais que ficaram sem receber salários, além de afetar a prestação de serviços essenciais em diversas áreas do governo, desde a segurança alimentar até a fiscalização ambiental. O setor privado também sentiu os efeitos, com atrasos na emissão de licenças, no processamento de impostos e em outras atividades econômicas que dependem da atuação governamental. A incerteza gerada pelo shutdown também contribuiu para a volatilidade nos mercados financeiros, refletindo a preocupação com a estabilidade política e econômica dos Estados Unidos.

O acordo que deve pôr fim ao shutdown simboliza um compromisso entre os republicanos e democratas, embora não atenda integralmente às demandas de nenhuma das partes. Para Trump, a assinatura do projeto representa uma vitória parcial, pois não garante o financiamento para o muro, um de seus principais legados prometidos. Já os democratas, que controlam a Câmara, conseguiram evitar a inclusão do investimento na barreira, mas concordaram com a liberação de recursos temporários para evitar um colapso maior. A negociação em torno do financiamento para a segurança fronteiriça deve continuar, mas o fim imediato da paralisação é um alívio para todos os envolvidos.

Analistas apontam que o fim do shutdown, mesmo que temporário, pode trazer um fôlego para a economia americana e para a confiança dos investidores. A continuidade da paralisação gerava receios de impactos mais severos no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, além de afetar a imagem do país no cenário internacional. Agora, com a resolução iminente, espera-se uma normalização das atividades governamentais e uma redução da incerteza, permitindo que o foco retorne para outras questões econômicas e políticas relevantes.