A Etiópia confirmou um surto do vírus Marburg, um patógeno altamente infeccioso e potencialmente letal, que pertence à mesma família do vírus Ebola. Alertas foram acionados após o registro de casos de febre hemorrágica viral que exigiram investigação das autoridades de saúde locais e da Organização Mundial da Saúde (OMS). O vírus Marburg é conhecido por sua alta taxa de letalidade e pela rápida disseminação em ambientes não controlados, o que levanta preocupações significativas sobre a contenção e o tratamento. A confirmação do surto em território etíope marca mais um desafio sanitário para a região, que já enfrenta outras questões de saúde pública.

O vírus Marburg é transmitido aos humanos através do contato direto com pacientes infectados ou com fluidos corporais de animais portadores, como morcegos frugívoros. Uma vez que a infecção humana ocorre, o vírus se espalha entre as pessoas através do contato direto com sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de indivíduos infectados, e com superfícies e materiais contaminados como roupas de cama e equipamentos médicos. A doença se manifesta subitamente com febre alta, dores musculares intensas, mal-estar e dores de cabeça. Em poucos dias, os sintomas progridem para vômitos, diarreia, erupções cutâneas, dor abdominal e interna e externa hemorragias. A taxa de mortalidade histórica para surtos de Marburg tem variado significativamente, mas pode chegar a 88% dos casos, dependendo da capacidade de resposta e do acesso a cuidados médicos especializados.

A OMS e as autoridades de saúde etíopes estão mobilizando equipes para rastrear contatos, isolar casos suspeitos e confirmados, e fornecer o suporte médico necessário para os afetados. Medidas de controle de infecção rigorosas em estabelecimentos de saúde e a conscientização pública sobre as vias de transmissão e as medidas preventivas são cruciais para conter a disseminação do vírus. A capacidade de resposta rápida, incluindo a disponibilidade de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e a organização de unidades de tratamento especializadas, é fundamental para salvar vidas e evitar que o surto se torne uma epidemia em larga escala. O histórico de surtos anteriores demonstra a importância da vigilância epidemiológica.

Este surto representa um alerta para a comunidade global sobre a persistência de ameaças de doenças virais emergentes. A Etiópia, como outros países em desenvolvimento, pode enfrentar desafios logísticos e de recursos para combater eficazmente um vírus tão agressivo. A cooperação internacional, incluindo o apoio técnico e financeiro da OMS e de outras agências de saúde globais, será vital nas próximas semanas e meses para garantir o controle do Marburg e prevenir sua eventual propagação transfronteiriça. A experiência adquirida em lutar contra surtos de Ebola em outras partes da África será, sem dúvida, aplicada neste esforço.