Dilma Rousseff critica impeachment e Lula homenageia Marielle Franco em Conferência de Políticas para Mulheres
A ex-presidente Dilma Rousseff, em um pronunciamento que gerou repercussão, declarou que o processo de impeachment que a afastou do cargo em 2016 foi um “golpe profundamente injusto”. A declaração foi feita em um contexto onde a discussão sobre a democracia e os direitos das mulheres ganha força, especialmente durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada recentemente em Brasília. Este evento, promovido pelo Ministério das Mulheres, reuniu diversas lideranças e ativistas para debater questões cruciais para o avanço da igualdade de gênero no país. A participação de Dilma, figura central em debates históricos, trouxe um peso adicional às discussões sobre o legado político brasileiro e a importância da preservação das instituições democráticas. Sua fala ressoa em um momento em que a memória do impeachment é revisitada sob diferentes perspectivas, alimentando o debate público. A conferência, que abordou 15 temas nos seus Espaços de Diálogo, reflete a amplitude das pautas femininas e a necessidade de políticas públicas eficazes para combatê-las. A presença de figuras políticas como Dilma e a homenagem à vereadora Marielle Franco, que se tornou um símbolo da luta por justiça e direitos humanos, evidencia a conexão entre as batalhas políticas históricas e os desafios contemporâneos enfrentados pelas mulheres no Brasil. A 5ª CNPM buscou ser um espaço para articular estratégias e propor caminhos para a formulação de políticas que promovam a autonomia, a segurança e a equidade para todas as mulheres brasileiras. A conferência também contou com a participação de governadoras, como Raquel Lyra, que liderou a delegação de Pernambuco, demonstrando o engajamento de diferentes esferas de poder nas discussões sobre as políticas para as mulheres. O evento serviu como um palco para reafirmar compromissos com a agenda feminista e para dar visibilidade às diversas vozes que clamam por um Brasil mais justo e igualitário. A fala do presidente Lula, ao evocar Marielle Vive, reforça o compromisso do governo com a memória das lutas sociais e a perseguição aos responsáveis por crimes contra defensoras dos direitos humanos e mulheres. Dilma Rousseff, em seu testemunho, acrescentou uma dimensão histórica ao evento, contrastando sua própria experiência com as aspirações atuais por igualdade e justiça. As discussões sobre os 15 temas abordados, que incluíram desde a violência de gênero até a participação política feminina, demonstram a complexidade e a urgência das questões que afetam metade da população brasileira. Organizações da sociedade civil, representantes governamentais e ativistas se uniram em um esforço coletivo para delinear um futuro onde os direitos das mulheres sejam plenamente respeitados e garantidos, sem retrocessos ou injustiças. A profunda injustiça mencionada por Dilma, para muitos, ecoa as críticas de que o impeachment foi motivado por questões políticas e não por crimes de responsabilidade, um debate que ainda persiste na sociedade brasileira. A homenagem a Marielle, assassinada em 2018 e que se tornou um ícone da resistência, simboliza a luta incessante contra o silenciamento e a violência que muitas mulheres enfrentam em sua atuação pública e privada. Assim, a conferência se configurou não apenas como um fórum de discussão, mas também como um espaço de memória, resistência e projeção de futuro, onde as vozes de diversas mulheres convergiram para impulsionar a pauta feminista no cenário nacional.