Uma operação policial em São Bernardo do Campo (SP) desmantelou uma organização criminosa que se dedicava à falsificação de bebidas alcoólicas de marcas renomadas, como gin Beefeater, vodca Absolut e Smirnoff. A fraude, que se estendia por um período considerável, culminou em uma tragédia com 4 mortes e 13 casos de intoxicação grave atribuídos ao consumo de metanol, um álcool volátil e extremamente perigoso quando ingerido. A presença dessa substância nas bebidas adulteradas acendeu um sinal de alerta em todo o país sobre os riscos da produção e comercialização de álcool clandestino. O metanol, usado em processos industriais e como solvente, difere do etanol, o álcool comum de bebidas, por sua maior toxicidade. Mesmo em pequenas quantidades, pode causar danos neurológicos irreversíveis, cegueira e até a morte, devido à sua rápida metabolização em formaldeído e ácido fórmico no organismo. A gravidade dos casos em SBC evidencia a pouca ou nenhuma fiscalização sobre a origem dos componentes utilizados na fabricação dessas bebidas falsificadas, que muitas vezes são distribuídas sem qualquer controle sanitário. Diante da gravidade da situação, o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais de saúde emitiram alertas. A Secretaria da Saúde do Paraná, por exemplo, reforçou a importância de consumir bebidas alcoólicas apenas de fontes confiáveis e com selos de autenticidade, mesmo que ainda não haja casos confirmados no estado. A recomendação visa prevenir futuras ocorrências e conscientizar a população sobre os perigos de bebidas de procedência duvidosa, que podem ter sido alteradas com substâncias nocivas. A investigação sobre a destilaria em São Bernardo do Campo segue em andamento para identificar todos os envolvidos na cadeia produtiva e de distribuição, bem como a extensão do alcance do esquema de falsificação. Especialistas em segurança alimentar e saúde pública reiteram a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa em toda a cadeia de produção e comercialização de bebidas alcoólicas, além de campanhas educativas para informar a população sobre como identificar e evitar produtos falsificados e os riscos associados ao metanol. A Polícia Civil busca rastrear o fluxo dessas bebidas para evitar que cheguem a outros consumidores.