Chefe Militar dos EUA para a América Latina Deixa o Cargo em Meio a Polêmica na Venezuela
O General Paul Pace, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM), responsável pelas operações militares americanas na América Latina e Caribe, anunciou inesperadamente sua aposentadoria. A decisão, que pegou muitos de surpresa, ocorre em um contexto político e militar complexo, marcado por incertezas sobre a estratégia dos EUA para a região, especialmente em relação à Venezuela. A notícia vem à tona após semanas de especulações sobre a atuação de forças americanas em atividades de vigilância e proximidade com a costa venezuelana, incluindo o sobrevoo de caças, o que gerou reações e críticas. A demissão de Pace levanta questionamentos sobre possíveis divergências internas ou pressões políticas relacionadas às operações sob seu comando, em particular aquelas voltadas ao combate ao narcotráfico e à influência de regimes considerados hostis. A missão do SOUTHCOM abrange uma vasta área geográfica, lidando com desafios diversos que vão desde a luta contra cartéis de drogas e o crime organizado até a promoção da estabilidade e da cooperação em segurança com países aliados. A liderança de Pace foi marcada por uma abordagem que buscou intensificar a cooperação militar com nações da região, ao mesmo tempo em que manteve uma postura firme contra governos controversos, como o da Venezuela e Cuba. As operações de vigilância marítima e aérea próximas à Venezuela, que parecem ter sido um dos gatilhos para a saída do general, se inserem em um esforço mais amplo dos EUA para pressionar o regime de Nicolás Maduro, incluindo sanções econômicas e um aumento da presença naval na região sob o pretexto do combate ao narcotráfico. Essa ambiguidade nas justificativas e a percepção de uma retórica mais agressiva por parte da administração Trump geraram apreensão em alguns setores, tanto nos EUA quanto na América Latina. A aposentadoria de um oficial de alto escalão como Pace, em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, pode sinalizar uma mudança de ênfase ou uma reestruturação na política de segurança dos EUA para a América Latina. Analistas apontam que a saída do general pode abrir caminho para novas estratégias ou para uma revisão das táticas atuais, potencialmente redefinindo o papel dos EUA na complexa dinâmica geopolítica da região, que continua a ser um palco de disputas e influências diversas. A forma como a sucessão de Pace ocorrerá e quais serão as prioridades do novo comandante serão cruciais para o futuro das relações militares e diplomáticas dos EUA com a América Latina.