A recente megaoperação realizada no Rio de Janeiro, marcada por intensos confrontos e a presença de criminosos fortemente armados, teve um impacto significativo na aprovação do governador Cláudio Castro, que registrou um salto de 10 pontos percentuais. As imagens inéditas que circularam na imprensa, mostrando a rendição de suspeitos e o resgate de policiais feridos, capturaram a atenção pública e parecem ter influenciado positivamente a percepção da gestão estadual em relação à segurança pública. Essa ação policial de grande escala, que resultou na localização da maioria dos corpos em uma área específica, levanta discussões sobre os métodos empregados e seus resultados a curto e longo prazo. A estratégia de enfrentamento direto ao crime organizado, embora controversa, tem sido defendida pelo governo como necessária para restaurar a ordem. O autor da campanha de Castro, ao comentar sobre a situação, mencionou que o povo, sem muitas opções, vê o confronto como a única saída, evidenciando o desespero e a complexidade do cenário. Por outro lado, a operação também reabre o debate sobre a eficácia dessas ações isoladas e a necessidade de políticas sociais e de inteligência mais abrangentes. A comparação com a experiência de Medellín, na Colômbia, que conseguiu reverter um quadro de extrema violência há algumas décadas, surge como um ponto de reflexão. Medellín passou por um processo de transformação que envolveu investimentos em infraestrutura, educação, cultura e participação comunitária, demonstrando que a solução para a violência urbana requer uma abordagem multifacetada, que vá além do confronto policial. As autoridades do Rio de Janeiro têm sido questionadas sobre a possibilidade de replicar alguns dos modelos implementados na cidade colombiana, adaptando-os à realidade fluminense. A discussão se intensifica ao se considerar que a segurança pública é um tema central na agenda política e na vida cotidiana dos cidadãos, influenciando diretamente a confiança nas instituições e a qualidade de vida. O aumento na aprovação de Castro, neste contexto, pode ser interpretado como um reflexo da expectativa da população por medidas enérgicas contra a criminalidade, mas também gera o desafio de sustentar essa confiança com resultados consistentes e duradouros, que abordem as causas profundas da violência. A eventual aplicação de lições aprendidas em cidades como Medellín pode ser um caminho promissor para o Estado do Rio, buscando um equilíbrio entre o combate direto à criminalidade e a construção de uma sociedade mais justa e segura para todos.