IPCA: veja os itens que mais subiram e os que mais caíram na inflação de 2024

O IPCA registrou alta de 4,83% no ano passado, acima do teto da meta para a inflação do ano. O grupo de Alimentação e bebidas foi o que teve o maior peso sobre a inflação no ano. IPCA: preços sobem 0,52% em dezembro e têm alta de 4,83% em 2024, diz IBGE
Os alimentos foram os produtos que mais pesaram sobre a inflação de 2024 no Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgadas nesta sexta-feira (10).
Em 2024, os preços medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tiveram uma alta de 4,83%. O maior impacto veio do grupo de Alimentação e bebidas, que teve alta de 7,69% nos preços e gerou um peso de 1,63 ponto percentual sobre o índice.
Dos 377 subitens pesquisados pelo IBGE, a maior alta de 2024 foi registrada pelo abacate, que acumulou um avanço de 174,67% nos preços.
Assim como o abacate, outros 25 alimentos estão entre os 30 subitens com as maiores altas na inflação do ano passado.
Veja a lista abaixo.

Na ponta oposta, alimentos como pepino (-46,76%), cebola (-35,31%), e tomate (-25,86%) estão na lista de maiores baixas do ano. São, em geral, itens voláteis por conta de fenômenos climáticos.
Quem também faz a lista é a passagem aérea, que teve queda de 25,86%.
Veja a lista abaixo.

Apesar das altas expressivas, alguns desses subitens têm pesos pouco relevantes na composição do IPCA como um todo. Isso acontece por conta da demanda e importância de determinados produtos para a população.
A gasolina, por exemplo, não está na lista de maiores altas (9,71% no ano), mas foi o subitem que teve o maior impacto sobre a inflação geral, com um peso de 0,48 ponto percentual do IPCA como um todo.
Entre os 10 subitens que mais pesaram sobre a inflação do ano, a maioria também está no grupo de Alimentação e bebidas, com quatro produtos.
Veja a lista abaixo.

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Destaques da inflação de 2024
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 4,83% em 2024, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE.
Com o resultado, ficou acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para o ano era de 3% e seria considerada formalmente cumprida se ficasse em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.
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Veja o resultado dos grupos do IPCA em 2024
Alimentação e bebidas: 7,69%;
Habitação: 3,06%;
Artigos de residência: 1,31%;
Vestuário: 2,78%;
Transportes: 3,30%;
Saúde e cuidados pessoais: 6,09%;
Despesas pessoais: 5,13%;
Educação: 6,70%;
Comunicação: 2,94%.

Para o resultado fechado de 2024, todos os nove grupos medidos pelo IBGE tiveram alta. O destaque do ano foi o grupo Alimentação e bebidas, com a maior alta percentual (7,69%) e o maior impacto sobre o índice (1,63 p.p.).
O subgrupo Alimentação no domicílio avançou 8,23% no ano, também com as carnes como destaque. Elas acumularam alta de 20,84% em 2024, a maior variação desde 2019, quando o avanço foi de 32,40%.
O impacto das carnes sobre o índice foi de 0,52 p.p. — o maior entre todos os itens pesquisados.
Também foram destaques entre as altas:
Café moído, com alta de 39,60% e impacto de 0,15 p.p.;
Leite longa vida, com alta de 18,83% e impacto de 0,13 p.p.;
Frutas, com alta de 12,12% e impacto de 0,14 p.p.
A Alimentação fora do domicílio também avançou, com alta de 6,29%. A refeição fora de casa aumentou 5,70% e o lanche, 7,56%.
Altas importantes vieram de Saúde e cuidados pessoais (6,09%, com impacto de 0,81 p.p.), e Transportes (3,30%, com impacto de 0,69 p.p.).
Juntos, os três grupos responderam por 65% da inflação de 2024.
No grupo de saúde, as maiores contribuições vieram dos planos de saúde (7,87%) e dos produtos farmacêuticos (5,95%). Ambos tiveram reajustes autorizados pelos órgãos reguladores. Itens de higiene pessoal também avançaram bem, com alta de 4,22% no ano.
No grupo Transportes, o destaque fica com a gasolina, que avançou 9,71% e teve um impacto de 0,48 p.p. sobre o índice.
Estouro da meta em 2024 e perspectivas para 2025
O país voltou a estourar o limite da meta da inflação em 2024. Com o centro da meta em 3%, ela seria considerada cumprida se oscilasse entre 1,5% e 4,5%.
A meta de inflação do país é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central deve tomar suas decisões de política monetária, manejando a taxa básica de juros, para que a inflação fique dentro do intervalo estabelecido pelo CMN para o ano.
Em 2023, a meta era de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%. A inflação anual ficou em 4,62%. Mas, em 2021 e 2022, a inflação também estourou as metas. (veja abaixo)
O histórico das metas de inflação
Arte g1
Quando o país não alcança a meta de inflação, o presidente do BC precisa escrever e enviar uma carta ao chefe do CMN, cargo ocupado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar os motivos por trás do estouro da meta.
O estouro da meta também indica que o BC precisará ser mais rígido, elevando ou mantendo os juros mais altos, por mais tempo.
Juros maiores encarecem a tomada de crédito para pessoas e empresas e, por isso, reduzem o consumo da população — o que leva a um controle da inflação. Ao contrário, juros menores barateiam o crédito, tornando o consumo mais acessível e movimentando a economia.
Para Heliezer Jacob, economista do C6 Bank, o cenário econômico deve continuar “desafiador” em 2025 e a inflação pode encerrar mais um ano acima do teto da meta — que, para este ano, é a mesma do ano passado.
“O mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado pressionarão ainda mais a inflação. Nossa projeção é de que o IPCA feche o ano em 5,7%, novamente acima do limite superior da meta”, comenta Jacob.
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, tem uma visão diferente. Para o especialista, a política de alta dos juros que o BC já está adotando e que pode levar a taxa Selic perto dos 15% ao ano já deve reduzir a pressão sobre o consumo e sobre os preços.
“Além disso, ao contrário de 2024, quando tivemos o impacto de dois fenômenos climáticos– El Niño e La Niña – e uma quebra de safra agrícola, 2025 aparenta ter apenas um La Niña fraco e uma safra recorde. Com isso esperamos uma variação nos alimentos bem abaixo do que foi no ano passado”, diz Leal.
O boletim Focus — relatório do BC que reúne as expectativas de mais de 100 instituições financeiras — estima que a inflação será de 4,99% em 2025. Ou seja, o mercado projeta mais um estouro do teto de 4,5% do sistema de metas neste ano.

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