Lei inclui Hipólita Jacinta, mulher atuante na Inconfidência Mineira, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

Hipólita Jacinta Teixeira de Melo colaborou para a comunicação entre os inconfidentes, financiou ações do movimento e disponibilizou a própria residência para encontros e reuniões, no fim do século XVIII. Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria
Agência Senado/ Moisés Nazário
O presidente Lula (PT) sancionou a lei que inscreve o nome de Hipólita Jacinta Teixeira de Melo no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Ela participou ativamente da Inconfidência Mineira e é considerada uma das lideranças do movimento, ocorrido no fim do século XVIII contra o domínio português.
O livro, criado em 1992, tem páginas de aço e fica guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
O memorial reúne nomes de brasileiros e brasileiras que dedicaram a vida à pátria e contribuíram de alguma forma para a liberdade e a democracia do país, como Zumbi dos Palmares, Ulysses Guimarães, Maria Filipa de Oliveira, Dandara dos Palmares, Machado de Assis e Chico Mendes.
A inscrição de Hipólita Jacinta Teixeira de Melo no Livro de Aço foi proposta pelo deputado federal Jonas Donizette (PSB-SP). A lei foi sancionada e publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira (6).
Quem foi Hipólita
Nascida em Prados, no Campo das Vertentes, em 1748, Hipólita Jacinta Teixeira de Melo participou ativamente da Inconfidência Mineira, apesar de o protagonismo dela ter sido ignorado por registros históricos.
A mineira, que fazia parte da elite de Vila Rica, colaborou para a comunicação entre os inconfidentes, financiou ações do movimento e disponibilizou a própria residência para encontros e reuniões.
Foi ela quem escreveu a carta dando notícias da prisão de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, e orientando os conjurados a iniciar um levante militar.
“Ela não só participa da conspiração, como ela é uma liderança na medida em que ordena e é obedecida. Então, é uma mulher extraordinária. Completamente transgressora. […] É a mulher que vai para a cena pública e fala com a voz própria sobre a liberdade, sobre a República, sobre a independência. Isso é a transgressão mais difícil para a mulher até hoje”, afirmou a historiadora e professora Heloísa Starling.
A rebelião acabou debelada, e os líderes do movimento, presos. O governo das minas da época mandou apreender todos os bens de Hipólita.
Em 2023, ela se tornou a primeira mulher a ter uma lápide no Panteão dos Inconfidentes, em Ouro Preto, Região Central de MG. Devido à falta de documentação, não se sabe onde os restos mortais da inconfidente estão nem como era a fisionomia dela.
Hipólita Jacinta entra para o Panteão dos Inconfidentes
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