Doença Renal Crônica: Alerta Global sobre Causa Silenciosa de Morte e Novos Cuidados
A Doença Renal Crônica (DRC) emergiu como uma preocupação de saúde global alarmante, sendo atualmente a nona principal causa de mortalidade em todo o planeta. Novos estudos indicam que quase 850 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com alguma forma de doença renal, e tragicamente, cerca de 1,5 milhão delas morrem a cada ano devido a complicações associadas. Essa condição, frequentemente descrita como silenciosa, progride gradualmente, causando danos irreversíveis aos rins sem apresentar sintomas claros em seus estágios iniciais. A falta de alerta precoce dificulta o diagnóstico e o tratamento, permitindo que a doença avance para fases críticas, onde as únicas opções podem ser a diálise ou o transplante renal. A conscientização sobre os fatores de risco e a importância de exames regulares é crucial para reverter esse cenário.
Os rins desempenham funções vitais para o corpo, incluindo a filtração do sangue para remover resíduos e excesso de fluidos, a regulação da pressão arterial, a produção de hormônios que estimulam a produção de glóbulos vermelhos e a manutenção do equilíbrio de eletrólitos e minerais essenciais como cálcio e potássil. Quando os rins falham, esses processos são comprometidos, levando a uma série de problemas de saúde graves. As causas mais comuns da DRC incluem diabetes e hipertensão arterial, ambas condições crônicas que também afetam milhões de pessoas globalmente. Outros fatores de risco incluem doenças autoimunes, infecções renais, obstruções do trato urinário e uso prolongado de certos medicamentos, como anti-inflamatórios não esteróides (AINEs).
Diante da magnitude do problema, iniciativas para aumentar a conscientização sobre a DRC ganham força. A recente aprovação da criação do Dia Nacional de Conscientização sobre Doenças Renais pelo Senado brasileiro é um passo importante nesse sentido. Este dia dedicado visa educar a população sobre os riscos, sintomas (quando presentes) e a importância da prevenção. Especialistas reforçam que o controle rigoroso do diabetes e da hipertensão arterial é a espinha dorsal na prevenção da DRC. Mudanças no estilo de vida, como manter uma dieta equilibrada com baixo teor de sódio, praticar exercícios físicos regularmente, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, e manter um peso corporal saudável, são igualmente fundamentais para proteger a saúde renal.
A progressão da Doença Renal Crônica pode ser lenta e assintomática por anos. Muitas vezes, o diagnóstico só ocorre quando a função renal já está severamente comprometida. Por isso, a incorporação de exames simples como a taxa de filtração glomerular (TFG) e a análise de microalbuminúria no check-up de rotina, especialmente para indivíduos com fatores de risco como histórico familiar de doença renal, diabetes, hipertensão ou idade avançada, é altamente recomendada. A detecção precoce permite a implementação de medidas terapêuticas que podem retardar significativamente a progressão da doença, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir a necessidade de tratamentos substitutivos renais, que são caros e demandam grande infraestrutura de saúde.