O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, demonstrou profunda insatisfação com a convocação de diversos jogadores de seu elenco para as próximas datas FIFA de amistosos. A situação se agrava com a possibilidade de o clube ter até sete desfalques simultâneos, incluindo o atacante argentino Flaco López. Ferreira classificou a situação como vergonhosa e inaceitável, argumentando que tal calendário prejudicial não é visto em nenhum outro lugar do mundo do futebol. Suas críticas ecoam o pensamento de outros treinadores, como Carlo Ancelotti, que também enfrentam desafios semelhantes ao ceder atletas para suas seleções nacionais. A relação entre clubes e seleções em datas comerciais, especialmente para jogos amistosos, é um ponto de atrito recorrente, onde os interesses dos clubes em manter seus elencos completos para competições disputadas em casa muitas vezes entram em conflito com as demandas das federações. A preocupação de Abel não se limita à quantidade de jogadores ausentes, mas também ao momento das convocações. A realização de amistosos durante o período em que os campeonatos nacionais e continentais estão em andamento gera uma sobrecarga logística e técnica para os clubes europeus e sul-americanos. A necessidade de conciliar a preparação para torneios importantes com a liberação de atletas para seus países se torna um quebra-cabeça complexo, muitas vezes resolvido com prejuízo para o rendimento das equipes. O caso específico de Flaco López, convocado pela Argentina, exemplifica a dificuldade de gestão. O jogador, que vinha ganhando espaço e mostrando bom desempenho no Palmeiras, agora terá que se ausentar em um período crucial. Essa dinâmica fragiliza o elenco, forçando os treinadores a improvisar e a lidar com equipes menos entrosadas e experientes. A ausência de jogadores-chave pode ser o fator decisivo em partidas importantes, impactando diretamente na busca por títulos. Ao citar que a prática não existe em outros lugares, Abel Ferreira provavelmente se refere a ligas com calendários mais bem ajustados ou a acordos entre confederações e clubes que priorizam a saúde e o desempenho dos atletas em suas equipes de origem. A argumentação do português aponta para a necessidade de uma reforma em como as datas FIFA são organizadas, buscando um equilíbrio maior que contemple, de fato, os interesses de todas as partes envolvidas sem prejudicar o espetáculo do futebol. A pressão por resultados, combinada com a exigência de revelar talentos para as seleções, coloca os clubes em uma posição delicada, onde a tomada de decisões sobre convocações e calendários se torna um campo minado de interesses conflitantes.