Haddad defende queda de juros e projeta melhor resultado fiscal desde 2015, citando Bill Gates para defender energia limpa
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou sua posição em favor da redução da taxa básica de juros, a Selic. Em declarações recentes, ele afirmou que, caso fosse membro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, votaria pela queda dos juros. Essa sinalização, vinda de um integrante do governo, demonstra a discordância com a política monetária atual, que muitos analistas consideram restritiva demais para estimular a economia. Haddad atribuiu a resistência à possível queda dos juros a pressões de bancos e a uma parcela do mercado financeiro que, segundo ele, torce contra o Brasil.Essa divergência de opiniões reflete um embate comum entre o governo, que busca impulsionar o crescimento econômico através de políticas expansionistas, e o mercado financeiro, que frequentemente preza pela estabilidade inflacionária e fiscal, defendendo juros mais altos como forma de controle. A autonomia do Banco Central, estabelecida em 2021, confere ao órgão a prerrogativa de decidir sobre a política monetária de forma independente do governo, o que explica a postura de Haddad de se posicionar publicamente sem poder de voto direto. No entanto, a influência política e a comunicação pública do ministro têm um peso considerável na percepção do mercado.Haddad também apresentou projeções otimistas quanto ao desempenho fiscal do governo Lula, prometendo alcançar o melhor resultado desde 2015. Essa meta ambiciosa está atrelada a um esforço de controle de gastos e a um aumento da arrecadação, buscando equilibrar as contas públicas e transmitir confiança aos investidores. Um cenário fiscal robusto é fundamental para a sustentabilidade da economia a longo prazo, permitindo a redução do risco-país e, consequentemente, a diminuição dos juros. A capacidade do governo em cumprir essas promessas será crucial para a percepção de sua competência e para a atração de investimentos.A defesa de Haddad à matriz energética brasileira, marcada pela predominância de fontes limpas, ganhou um reforço inusitado com a citação de Bill Gates. O ministro utilizou o nome do cofundador da Microsoft para ilustrar a importância estratégica e o potencial econômico da energia renovável. O Brasil possui uma das mais limpas e abundantes matrizes energéticas do mundo, baseada em hidrelétricas, e com crescente participação de fontes eólica e solar. Essa característica confere ao país uma vantagem competitiva em um cenário global cada vez mais focado na transição energética e na sustentabilidade, abrindo portas para investimentos e exportação de tecnologia e energia. Além disso, uma matriz limpa contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, alinhando o país aos compromissos climáticos internacionais