Carregando agora

Copom deve manter Selic em 15%; mercado aguarda sinais sobre futuro e vê inflação em queda

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil deve decidir nesta semana pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Essa expectativa consolida um cenário de política monetária ‘contracionista’ por um período prolongado, visando o controle da inflação. A decisão é aguardada com atenção pelo mercado financeiro, que busca sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária, especialmente no que diz respeito a possíveis cortes na taxa e o cronograma para 2026. A persistência de juros altos tem sido uma ferramenta crucial do BC para frear a demanda e ancorar as expectativas inflacionárias, em um contexto global de volatilidade e desafios econômicos. Contudo, a persistência dessa política pode gerar impactos no crescimento econômico e no custo do crédito para empresas e consumidores.
O Boletim Focus, principal termômetro das expectativas do mercado financeiro, tem registrado quedas sucessivas nas projeções de inflação para os próximos anos. Essa trajetória descendente indica que as expectativas dos agentes econômicos estão convergindo para as metas estabelecidas pelo Banco Central. A resiliência do mercado de trabalho, a queda nos preços das commodities e a eficácia da política monetária têm contribuído para esse cenário favorável. No entanto, é fundamental monitorar os riscos que ainda pairam sobre a inflação, como choques de oferta e a dinâmica dos preços de serviços.
Diante deste quadro, os economistas consultados pelo Boletim Focus demonstram um consenso crescente sobre a necessidade de manter a Selic em patamares elevados por mais tempo. A ausência de sinais claros de uma inflação desancorada confere ao BC margem para atuar com cautela, priorizando a consolidação do processo de desinflação. A antecipação de um corte apenas em 2026 reflete a prudência do mercado em relação à velocidade de convergência inflacionária e à necessidade de garantir a estabilidade de preços a médio prazo.
A decisão futura do Copom sobre os juros não se limitará apenas a dados conjunturais, mas também levará em conta a trajetória fiscal do país e o cenário internacional. A governança da política monetária brasileira tem sido elogiada pela sua independência e comprometimento com o mandato de controle inflacionário. As próximas reuniões do Comitê serão cruciais para sinalizar as intenções do Banco Central e influenciar as decisões de investimento e consumo, moldando o comportamento da economia brasileira em um período de incertezas globais.