Uso prolongado de melatonina pode causar insuficiência cardíaca e morte
Uma pesquisa divulgada recentemente pelo UOL apontou que o uso prolongado de melatonina pode estar associado a sérios riscos à saúde, incluindo insuficiência cardíaca e até mesmo morte. A melatonina, conhecida como o hormônio do sono, é amplamente utilizada no Brasil e em outros países para tratar distúrbios do sono, como insônia e jet lag. Sua popularidade se deve à percepção de ser um suplemento natural e seguro, disponível sem prescrição médica em muitos locais. No entanto, a ciência tem levantado questionamentos sobre os efeitos a longo prazo de sua suplementação. A necessidade de regulamentação E o fato de a melatonina ser vendida como suplemento alimentar, e não como medicamento no Brasil pela anvisa, contribui para o seu uso indiscriminado. Essa classificação permite que seja adquirida facilmente sem acompanhamento médico, o que pode levar a doses inadequadas e a um consumo desatento. A falta de supervisão profissional é um fator crítico na potencialização desses riscos, pois o indivíduo pode não estar ciente de contraindicações ou interações medicamentosas que podem agravar seu quadro de saúde. A pesquisa em questão, embora não detalhada na notícia inicial, provavelmente investigou mecanismos biológicos que ligam o uso crônico de melatonina a disfunções cardiovasculares. Estudos anteriores já haviam sugerido que doses elevadas ou uso contínuo poderiam ter efeitos colaterais, mas a associação com insuficiência cardíaca e mortalidade representa um alerta significativo. É importante ressaltar que a melatonina é um hormônio endógeno, produzido naturalmente pelo corpo, e tem um papel fundamental na regulação do ciclo circadiano. A suplementação visa mimetizar ou potencializar essa ação. Contudo, a administração exógena em longo prazo pode desregular os sistemas naturais do corpo, cujos efeitos completos ainda não são totalmente compreendidos. A importância da consulta médica O aprofundamento científico sobre os impactos da melatonina reforça a necessidade de uma abordagem cautelosa e baseada em evidências para o tratamento de distúrbios do sono. Especialistas recomendam que indivíduos que sofrem com problemas para dormir busquem orientação médica. Um profissional de saúde poderá avaliar a causa subjacente do distúrbio, indicar as melhores estratégias de tratamento, que podem incluir mudanças no comportamento e na higiene do sono, terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) ou, se necessário, a prescrição de medicamentos. A automedicação com melatonina, embora pareça inofensiva, pode mascarar problemas mais graves e, como sugerem as novas pesquisas, expor o usuário a riscos cardiovasculares sérios. A comunidade médica e científica aguarda mais detalhes sobre os estudos que embasam essas descobertas para oferecer orientações clínicas mais precisas e seguras aos pacientes.