Band e DJ Marlboro são condenados por gordofobia contra modelo plus size
A Justiça do Rio de Janeiro condenou a Band e o DJ Marlboro por crime de injúria racial decorrente de gordofobia contra a modelo plus size Thaís Muniz. A decisão se deu após comentários considerados ofensivos proferidos pelo DJ durante uma participação no programa “Esquenta”, da rádio Band FM, em agosto de 2022. A modelo, que estava presente no estúdio, foi alvo de piadas e insinuações de cunho capacitista e gordofóbico, que desvalorizaram sua imagem e profissionalismo. A defesa de Thaís Muniz argumentou que as falas do DJ configuraram racismo por serem voltadas contra uma pessoa em razão de sua característica física específica, a obesidade, e que isso a expôs ao ridículo e gerou constrangimento. A modelo relatou ter se sentido humilhada e desrespeitada, o que a levou a buscar reparação judicial. A condenação, portanto, vai além de um simples desentendimento, abordando a gravidade do preconceito e suas consequências emocionais e psicológicas para a vítima. O caso levanta discussões importantes sobre a representatividade e o respeito à diversidade de corpos na mídia. A obesidade, muitas vezes estigmatizada, é encarada pela ciência como uma condição complexa influenciada por diversos fatores, incluindo genéticos, ambientais e socioeconômicos, e não meramente uma questão de falta de força de vontade, como muitas vezes é retratada de forma pejorativa. A glamourização de padrões estéticos irreais e a perpetuação de estereótipos negativos contribuem para o assédio moral e o sofrimento de indivíduos classificados como fora do padrão. A decisão judicial serve como alerta para a responsabilidade de veículos de comunicação e personalidades públicas em promover discursos inclusivos e respeitosos. A garantia de tratamento digno para todos os indivíduos, independentemente de suas características físicas, é um pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde o preconceito não encontre espaço para se manifestar.