A série documental “Tremembé” , recém-lançada no Prime Video, tem gerado intensa repercussão ao mergulhar na realidade do Presídio de Operações Especiais de Tremembé, conhecido por abrigar detentas de alto perfil. Dentre as histórias contadas, uma em particular tem chamado a atenção do público: a de Sandrão, uma das presas que conviveu romanticamente com outras detentas igualmente notórias, como Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga. A produção não se limita a biografias, mas busca retratar as complexas teias de relacionamentos e a dinâmica social dentro de um ambiente de confinamento, levantando questões sobre afeto, poder e sobrevivência em condições extremas. A figura de Sandrão, em particular, se destaca não apenas por seus relacionamentos, mas pela forma como sua vida e suas escolhas são apresentadas no contexto do presídio. A série explora como essas conexões afetuosas se formam e se desenvolvem em um espaço onde a liberdade é suprimida e as interações humanas são intensificadas. O documentário convida o espectador a refletir sobre a humanidade por trás das grades, questionando estereótipos e buscando compreender as nuances da vida de quem cumpre pena. A presença de Suzane von Richthofen e Elize Matsunaga, ambas condenadas por crimes chocantes, adiciona uma camada de fascínio e controvérsia à narrativa. A série tenta ir além do sensacionalismo, propondo uma análise mais profunda sobre como essas mulheres lidam com o isolamento, a culpa e a busca por conexão em um ambiente tão adverso. O triângulo amoroso envolvendo Sandrão, Suzane e Elize, embora sensacionalista à primeira vista, é apresentado como um reflexo das relações humanas em circunstâncias extremas, onde o afeto pode se tornar um pilar de suporte ou uma fonte de novos conflitos. “Tremembé” tem sido elogiada por sua abordagem jornalística e pela tentativa de dar voz às protagonistas de suas histórias, muitas vezes reduzidas a capas de jornal ou meros personagens de noticiários policiais. Ao explorar a vida para além dos crimes que as levaram à prisão, a série almeja oferecer uma perspectiva mais completa e complexa dessas mulheres, provocando debates sobre a justiça, a ressocialização e a própria natureza da condição humana em situações de privação de liberdade. A produção se consolida como um importante documento social sobre um universo pouco conhecido e fascinante.