Haddad: Fim de gasto tributário é aumento de imposto para conservadores
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou sua visão de que o fim de gastos tributários configuram, na prática, um aumento de impostos, especialmente para setores conservadores da economia. Essa declaração surge em meio a discussões sobre as medidas fiscais propostas pelo governo, que incluem a taxação de empresas de apostas online (bets), bancos e a revisão da isenção de Imposto de Renda (IR) para rendimentos de pessoas com mais de 100 salários mínimos, além de medidas para reverter desonerações fiscais consideradas ineficientes. Haddad argumenta categoricamente que a taxação de setores como o de apostas esportivas, o setor bancário e indivíduos de alta renda, como bilionários, é uma questão de justiça fiscal e que as críticas sustentadas por esses grupos derivam de desinformação. Ele enfatiza que manter desonerações fiscais sem um propósito claro e direcionado a fomentar o desenvolvimento ou a inclusão social apenas perpetua as desigualdades existentes no país, criando um sistema tributário mais regressivo. A estratégia do governo busca otimizar a arrecadação e, ao mesmo tempo, promover uma distribuição de renda mais equitativa, desafiando a visão de que qualquer forma de tributação sobre esses grupos representa um ônus injusto. Em debates no Senado, onde a atmosfera foi descrita como leve, Haddad defendeu a taxação de apostas e lamentou a derrota de uma Medida Provisória, demonstrando a dificuldade em avançar com sua agenda fiscal em um ambiente político polarizado e com diversos interesses em jogo. A possibilidade de desmembrar propostas, como a de isenção de IR, foi levantada por senadores como Renan Calheiros, indicando uma estratégia para viabilizar a aprovação de parte das medidas ainda este ano, o que reflete a complexidade das negociações e a necessidade de ajustes para contornar resistências políticas. A ação de Haddad visa a consolidar as contas públicas e a modernizar a estrutura tributária brasileira em prol de maior justiça social e eficiência econômica, enfrentando oposição de grupos que se beneficiam do status quo e que veem nessas mudanças uma ameaça aos seus privilégios fiscais.