A novela Vale Tudo, um divisor de águas na história da televisão brasileira, encerrou sua exibição com um misto de alívio e decepção para os telespectadores. O suspense em torno da morte da icônica Odete Roitman, interpretada magistralmente por Beatriz Segall, foi o fio condutor que prendeu o público por meses, porém, o desfecho, apontado por muitos como previsível, não conseguiu suprir a expectativa gerada. A resolução do mistério, embora tenha ocorrido, não conseguiu resgatar a qualidade que marcou os primeiros capítulos, caindo em excessos e transformando o que era um drama aclamado em uma piada de mau gosto para alguns.’, ‘A decisão de que Maria de Fátima, personagem de Glória Pires, seria a assassina de Odete Roitman foi uma escolha que gerou polêmica. Enquanto alguns a consideraram uma reviravolta coerente com a trajetória da vilã, outros a viram como uma saída simplista para um mistério tão bem construído. A trajetória de Maria de Fátima, de oportunista ambiciosa a assassina, foi marcada por reviravoltas que, para muitos, ultrapassaram o limite do crível., ‘Apesar do foco na resolução do assassinato, a novela deixou outras questões importantes em aberto. Personagens queridos e tramas secundárias que cativaram o público foram deixados de lado em prol de um desfecho rápido para o mistério principal. A sensação é que o roteiro, ao buscar um clímax cinematográfico, sacrificou a profundidade e a complexidade que tornaram Vale Tudo um sucesso.’, ‘O legado de Vale Tudo, no entanto, transcende seu final. A novela introduziu personagens inesquecíveis, como a implacável Odete Roitman e a ambiciosa Maria de Fátima, e abordou temas sociais relevantes para a época, como a corrupção e a busca por status. A obra de Gilberto Braga continua sendo estudada e reverenciada como um marco na dramaturgia, mesmo com as ressalvas sobre seus capítulos finais.’