O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, comentou as recentes intoxicações por metanol no estado, afirmando que só se preocuparia com o problema quando a própria Coca-Cola começasse a ser falsificada. A declaração, feita em um contexto de crescente preocupação com a segurança alimentar e de bebidas, gerou repercussão negativa. Especialistas em segurança alimentar alertam que a presença de metanol em bebidas alcoólicas, mesmo em pequenas quantidades, pode levar a graves problemas de saúde, incluindo cegueira e morte. O metanol, um álcool tóxico, é frequentemente utilizado de forma indevida em processos de destilação clandestina ou como adulterante em produtos de origem duvidosa. Apesar da gravidade dos casos registrados em São Paulo, com diversas pessoas hospitalizadas e algumas fatalidades, o governador buscou desviar o foco da crise atual, comparando a situação a um cenário hipotético de falsificação de uma marca consolidada como a Coca-Cola, o que foi interpretado por muitos como um descaso com a gravidade dos fatos. Enquanto isso, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) avançou nas investigações, denunciando 20 pessoas envolvidas em um esquema de falsificação de bebidas. As apreensões em duas distribuidoras revelaram a presença de metanol em lotes de bebidas, confirmando as suspeitas e aprofundando a crise. Os laudos técnicos foram cruciais para a formação da denúncia, que aponta para um esquema organizado de adulteração e venda de produtos perigosos. A crise levanta debates sobre a fiscalização de produtos alimentícios e bebidas no estado, e a necessidade de mecanismos mais eficazes para coibir a atuação de criminosos que colocam a saúde da população em risco. O caso da Coca-Cola, em particular, é um símbolo de marca globalmente reconhecida por sua qualidade e segurança, e a comparação feita pelo governador, embora intencional para minimizar o problema, acabou por destacar a importância da confiança do consumidor nos produtos que adquire, especialmente aqueles de consumo direto. A sociedade espera ações concretas e rigorosas por parte do governo estadual para garantir a segurança e a qualidade dos produtos consumidos pelos cidadãos, assegurando que situações como essa não se repitam e que os responsáveis sejam punidos exemplarmente. A fiscalização e o controle de qualidade são pilares fundamentais para a saúde pública e a confiança no mercado.