Adolescente de 15 anos é vítima de intoxicação por metanol em Quixeramobim; Brasil investiga 209 casos suspeitos
Um grave caso de intoxicação por metanol em Quixeramobim, Ceará, chamou a atenção para a crescente preocupação com bebidas adulteradas no Brasil. Um adolescente de apenas 15 anos precisou ser internado após consumir a substância, um álcool altamente tóxico que pode levar à cegueira, danos neurológicos graves e até mesmo à morte. Este incidende na cidade cearence eleva o número de casos sob investigação em todo o país, que já ultrapassa a marca de 209, conforme boletim recente do Ministério da Saúde. Aérie de notificações, incluindo casos confirmados no Paraná e em Curitiba, evidencia que a problemática não se restringe a uma única região, mas sim a uma ameaça nacional.
O metanol, diferentemente do etanol (o álcool etílico encontrado em bebidas alcoólicas comuns e seguro para consumo humano em quantidades moderadas), é frequentemente utilizado como solvente industrial e em fluidos de limpeza. Sua ingestão acidental ou intencional pode ter consequências devastadoras. Uma vez no organismo, o metanol é metabolizado em formaldeído e ácido fórmico, compostos extremamente venenosos que atacam o sistema nervoso central, o nervo óptico e órgãos vitais como rins e fígado. Os sintomas de intoxicação podem variar de dores de cabeça, náuseas e tonturas a visões turvas, dificuldade respiratória e coma, dependendo da quantidade ingerida e do tempo de exposição.
As autoridades de saúde e segurança pública têm intensificado ações de fiscalização para coibir a produção e comercialização de bebidas alcoólicas falsificadas ou adulteradas. Em Curitiba, por exemplo, a Vigilância Sanitária e a Polícia Civil realizaram blitz em estabelecimentos suspeitos de vender produtos contaminados com metanol, buscando não apenas apreender substâncias ilícitas, mas também alertar consumidores e comerciantes sobre os riscos. A origem exata dessas bebidas contaminadas ainda é objeto de investigação, mas a suspeita recai sobre cadeias de produção clandestina que buscam reduzir custos de fabricação utilizando o metanol como substituto do etanol, muitas vezes em destilados como cachaças e outras bebidas populares.
A gravidade da situação também é evidenciada pelos relatos chocantes das vítimas. Uma delas, já internada, descreveu a sensação como algo equiparável a ter consumido a pior bebida alcoólica do mundo, demonstrando o sofrimento físico e psicológico causado pela intoxicação. Para as famílias, o trauma é imensurável, além do fardo financeiro e emocional associado ao tratamento intensivo, reabilitação e possíveis sequelas permanentes. A conscientização pública sobre como identificar bebidas suspeitas, a importância de comprar de fontes confiáveis e os perigos do consumo de álcool de procedência duvidosa tornam-se, portanto, essenciais no combate a essa epidemia silenciosa.