Copa do Mundo 2026: Brasileiros Desmotivados por Preços Exorbitantes e Sortel de Ingressos
O sonho de acompanhar a Seleção Brasileira de perto na Copa do Mundo de 2026 está se tornando cada vez mais distante para muitos torcedores, especialmente para os brasileiros. A divulgação dos valores dos ingressos, que beiram o exorbitante, e um processo de venda que prioriza o sorteio, e não a compra direta, têm gerado descontentamento. Para se ter uma ideia, o tíquete mais caro para a grande final, que será disputada no MetLife Stadium, em Nova Jersey, pode custar até US$ 95.000 (aproximadamente R$ 35.000), com base nas informações divulgadas pela FIFA e repercutidas por diversos veículos de comunicação. Essa realidade financeira impõe uma barreira considerável para a maioria dos aficionados pelo futebol no Brasil, onde o poder aquisitivo é frequentemente menor em comparação com países do primeiro mundo. A expectativa é que muitas famílias brasileiras, que tradicionalmente acompanham a seleção em solo estrangeiro, reconsiderem suas participações nesta edição.
Além do preço salgado, o sistema de venda de ingressos implementado pela FIFA para a Copa de 2026 adiciona uma camada extra de dificuldade. Em vez de um modelo de compra direta, a entidade máxima do futebol optou por um sorteio, onde os interessados se cadastram e aguardam ser contemplados para poderem adquirir seus bilhetes. Esse método, embora possa ser visto como uma tentativa de democratizar o acesso, na prática pode se tornar uma loteria, onde a sorte, e não a organização prévia, dita quem poderá assistir aos jogos. Para muitos, especialmente aqueles que planejam viagens com antecedência, a incerteza do sorteio se torna um grande obstáculo, dificultando a reserva de voos, hospedagens e outros arranjos logísticos essenciais para uma viagem internacional. A FIFA ainda não detalhou completamente as fases e os critérios de seleção para os sorteios, o que aumenta a apreensão.
O impacto econômico para o mercado de turismo e entretenimento brasileiro também pode ser relevante. O cancelamento de planos de viagem de milhares de torcedores para a Copa representa uma perda de receita para empresas aéreas, hotéis, agências de turismo e o setor de serviços em geral, que tradicionalmente se beneficia da movimentação de brasileiros para eventos esportivos de grande porte. A desmotivação gerada pelos altos custos e pela dificuldade de acesso pode fazer com que o país registre um número menor de turistas em comparação com Copas anteriores. Some-se a isso uma possível desvalorização da experiência de assistir a uma Copa do Mundo fora de casa, que acaba sendo um investimento financeiro e emocional considerável.
Diante desse cenário, o otimismo em relação à participação massiva de brasileiros na Copa de 2026 tende a diminuir. A combinação de preços inacessíveis com um processo de venda confuso e incerto coloca em xeque a possibilidade de replicar a euforia e a presença de torcedores que marcaram edições passadas. Enquanto a FIFA busca maximizar seus lucros, a experiência do torcedor comum, e em especial do brasileiro, parece ficar em segundo plano. Resta agora aguardar se haverá alguma flexibilização nos valores ou no sistema de vendas, ou se o mundial de 2026 se tornará, para muitos, um evento a ser acompanhado apenas pela televisão.