Ações da Oi despencam 28% com risco de falência iminente; entenda os motivos
As ações da Oi (antiga OIBR3) sofreram uma queda drástica de até 28% no pregão desta terça-feira (23), em resposta a uma série de decisões judiciais que agravaram a crise na empresa. A juíza Daniela Barbosa Assumpção, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, não apenas afastou a atual Diretoria Executiva da companhia, mas também determinou o congelamento dos bens da V.tal, antiga subsidiária de infraestrutura da Oi. Essa medida visa impedir um suposto esvaziamento patrimonial, considerando que a V.tal é um dos ativos mais valiosos da Oi, e sua alienação é vista como crucial para a reestruturação da dívida. O temor de uma falência iminente paira sobre a operadora, afetando diretamente a confiança dos investidores e a saúde financeira da empresa. A decisão judicial se fundamenta em investigações sobre a condução dos negócios após o processo de recuperação judicial iniciado em 2016. A Justiça busca garantir que os credores não sejam prejudicados e que o patrimônio da Oi seja preservado para o pagamento das dívidas. O afastamento da diretoria sinaliza uma intervenção mais profunda nas operações, com o objetivo de reorganizar a gestão e buscar soluções que evitem o colapso total da empresa. A situação é complexa, pois a Oi ainda é responsável pela manutenção de serviços essenciais de telecomunicações em diversas regiões do país, o que adiciona uma camada de preocupação social e regulatória ao iminente cenário de falência. Paralelamente às decisões judiciais de hoje, o noticiário corporativo tem sido marcado por discussões sobre a criação da Nio, uma nova empresa de telecomunicações que surgiria a partir de ativos da Oi, e um possível acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU) em relação a contratos passados. Esses outros fatores, embora menos imediatos, também contribuem para a instabilidade e a incerteza que cercam o futuro da Oi. A capacidade da empresa de reverter esse quadro crítico e evitar a falência dependerá de uma combinação de fatores, incluindo a capacidade de negociação com credores, a efetividade de novas estratégias de gestão e a própria evolução das decisões judiciais em curso. O cenário para a Oi se torna cada vez mais desafiador. A companhia, que já passou por um longo processo de recuperação judicial, enfrenta agora o risco de um fechamento de portas ainda mais severo. O congelamento de bens da V.tal, em particular, limita drasticamente a margem de manobra da Oi para negociar acordos e levantar capital. A estratégia de um possível esvaziamento patrimonial, caso confirmada, agravaria a situação, deixando a Oi principal com poucos ativos significativos para honrar seus compromissos. Ações como essas, quando direcionadas a ativos chaves, demonstram a gravidade da situação financeira e a possibilidade de uma intervenção mais drástica, como a decretação da falência pela justiça.