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Relator da MP que tributa investimentos admite rever alíquota para LCI e LCA

A Medida Provisória (MP) que visa alterar a tributação de fundos de investimentos e introduzir um novo imposto sobre aplicações financeiras está enfrentando resistência no Congresso Nacional. O relator da matéria, deputado Moses Rodrigues, revelou nesta terça-feira (26) que considera a possibilidade de rever a alíquota proposta de 7,5% para a tributação dos Certificados de Operações de Cédulas de Crédito Imobiliário (LCI) e do Crédito do Agronegócio (LCA). Essa concessão surge em um esforço para garantir a aprovação da MP, uma vez que o governo projeta uma arrecadação de R 52 bilhões com as novas medidas. A votação, originalmente prevista para esta semana, foi adiada para permitir novas negociações e a busca por um acordo entre os parlamentares.

A proposta inicial da MP visava criar um imposto sobre rendimentos de fundos de investimento e também estabelecer a tributação sobre LCI e LCA, que atualmente gozam de isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. A intenção do governo era equiparar a tributação desses instrumentos com outros tipos de investimento, aumentando a arrecadação fiscal. No entanto, a medida gerou forte reação do setor financeiro e de investidores, que alertam para os potenciais impactos negativos na captação de recursos para os setores imobiliário e do agronegócio, justamente os beneficiados pela isenção.

A possibilidade de rever a alíquota para LCI e LCA indica uma flexibilização por parte do relator e do governo. A alíquota de 7,5% seria aplicada sobre os rendimentos, mas a manutenção da isenção ou a aplicação de uma alíquota menor são pontos cruciais para a aprovação da MP. Os defensores da isenção argumentam que ela é um incentivo importante para o financiamento de projetos nesses setores, essenciais para a economia brasileira. A polêmica em torno da tributação reflete o desafio constante do governo em equilibrar a necessidade de aumentar a arrecadação com a manutenção de políticas de incentivo.

Diante do adiamento da votação, espera-se que as negociações se intensifiquem nos próximos dias. O governo busca aprovar a MP sem comprometer a meta de arrecadação, enquanto o Congresso avalia os impactos econômicos e sociais das propostas. A decisão sobre a tributação de LCI e LCA será um dos pontos centrais para definir o futuro da MP e a sua contribuição para as contas públicas. A sociedade acompanha o desenrolar dessas discussões, pois elas afetam diretamente o cenário de investimentos no país e podem ter reflexos em diversos setores da economia.