A novela Vale Tudo, exibida pela Rede Globo entre 1988 e 1989, marcou época na televisão brasileira, em grande parte devido ao mistério que envolveu a morte de sua vilã icônica, Odete Roitman. O capítulo que revelou quem matou Odete Roitman foi ao ar em 6 de maio de 1989, paralisando o país para assistir ao desfecho. A trama, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, abordou temas universais como a luta de classes, a corrupção e a busca incessante por poder e fortuna, tendo Odete Roitman como antítese da mocinha interpretada por Regina Duarte, Maria de Fátima. O suspense em torno de sua morte, um caixão fechado e um clima de tensão entre os personagens centrais, como Leila e Marco Aurélio, geraram discussões acaloradas e curiosidade em cada lar. A obra explorou a ambição desenfreada e a fragilidade das relações humanas quando a ganância se torna o motor principal das ações. O medo da pobreza, um tema recorrente na novela, assustava mais do que a própria morte para muitos personagens, refletindo a realidade social da época e as aspirações de ascensão social a qualquer custo. A morte de Odete Roitman não foi apenas o clímax de um mistério, mas também serviu como catalisador para a resolução de outros conflitos na trama, revelando motivações ocultas e reconfigurando o destino dos demais personagens. A fortuna roubada da TCA, por exemplo, teve seu destino alterado após a morte da matriarca, e até mesmo um novo amor surgiu para César, evidenciando as reviravoltas que a partida de Odete trouxe para o enredo. O legado de Vale Tudo e a figura de Odete Roitman transcenderam a tela, tornando-se um marco cultural e um estudo de caso sobre o poder do entretenimento de qualidade para prender a atenção e gerar engajamento em massa. O sucesso da novela reforçou a importância de roteiros bem elaborados e personagens complexos na construção de narrativas televisivas impactantes e memoráveis para o público, transformando um evento ficcional em um fenômeno social.