A diarreia infantil continua sendo uma preocupação global de saúde pública, sendo apontada por especialistas como uma das principais causas evitáveis de óbito em menores de cinco anos. A condição é caracterizada pela evacuação frequente de fezes moles ou líquidas, e pode levar rapidamente à desidratação, um quadro clínico grave que, se não tratado a tempo, pode ser fatal. A morbidade associada à diarreia é imensa, afetando milhões de crianças anualmente em todo o mundo, com um impacto desproporcional em países em desenvolvimento onde o acesso à água potável, saneamento básico e cuidados de saúde é limitado. A gravidade da desidratação em bebês e crianças pequenas se deve à sua menor reserva hídrica e maior taxa metabólica, tornando-os mais vulneráveis às perdas de fluidos e eletrólitos. É fundamental que pais e cuidadores estejam cientes dos sinais de desidratação, como boca seca, choro sem lágrimas, diminuição da produção de urina e moleira afundada, e busquem atendimento médico imediatamente. A prevenção da diarreia envolve diversas frentes, com destaque para a promoção do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, que fornece anticorpos essenciais para a proteção contra infecções. Além disso, a higiene adequada, incluindo a lavagem frequente das mãos com água e sabão, o consumo de água tratada e o preparo seguro dos alimentos, desempenha um papel crucial na redução da transmissão de patógenos. A vacinação, especialmente contra o rotavírus, também é uma ferramenta poderosa na prevenção de casos graves de diarreia. O tratamento da diarreia, quando ocorre, deve focar na reidratação, seja por meio da administração de SRO (solução de reidratação oral) ou, em casos mais graves, por via intravenosa. A alimentação deve ser mantida, preferencialmente com leite materno, e alimentos de fácil digestão, pois isso auxilia na recuperação da mucosa intestinal. Evitar o uso indiscriminado de antibióticos é importante, pois a maioria dos casos de diarreia infantil é viral e não se beneficia desse tipo de medicação, além do risco de resistência bacteriana. Diante da gravidade do problema, é essencial que políticas públicas de saúde priorizem ações de combate à diarreia infantil, investindo em saneamento básico, acesso a água potável, programas de educação em saúde e acesso universal a serviços de saúde de qualidade. A conscientização da população sobre as medidas preventivas e os sinais de alerta é um passo fundamental para reduzir significativamente a mortalidade e a morbidade associadas a essa condição. Investir na saúde infantil é investir no futuro da sociedade.