Senado aprova voto impresso no novo Código Eleitoral
A aprovação do voto impresso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado representa um avanço significativo para essa modalidade de votação no Brasil, gerando debates sobre sua viabilidade e impacto nas futuras eleições. A proposta que agora segue para o plenário da casa legislativa inclui também a reserva de 30% das candidaturas para mulheres, visando aumentar a representatividade feminina na política. Essa combinação de medidas busca modernizar a legislação eleitoral brasileira e introduzir mecanismos que, na visão de seus defensores, proporcionariam maior transparência e segurança ao processo eleitoral, ao permitir a conferência física do voto emitido. No entanto, a iniciativa não é isenta de polêmicas, especialmente considerando o histórico de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que já se manifestou contra a adoção do voto impresso no país, argumentando sobre os custos, a logística e a ausência de comprovação de fraude no sistema eletrônico atual. A resistência a essa modalidade também se fundamenta na experiência internacional, onde muitos países migraram para sistemas eletrônicos justamente pela eficiência e segurança que oferecem. A possibilidade do voto impresso ser implementado já nas eleições de 2026 levanta questionamentos sobre a adequação da infraestrutura e dos cronogramas necessários para tal mudança, além da necessidade de um amplo debate público e de campanhas informativas para a população. A discussão sobre a forma como o eleitor vota é central para a confiança no sistema democrático, e o embate entre a tradição do voto em papel e a inovação tecnológica do voto eletrônico se manifesta de forma intensa neste contexto legislativo. A necessidade de garantir que o voto seja secreto, seguro e que a apuração seja rápida e confiável são os pilares que norteiam qualquer proposta de reforma eleitoral. Portanto, ainda que a CCJ tenha dado um passo adiante, o caminho para a efetivação do voto impresso no Brasil está repleto de desafios técnicos, jurídicos e políticos que precisarão ser superados em um diálogo transparente e democrático com a sociedade brasileira e suas instituições. Serão necessários investimentos significativos em máquinas de impressão, papel, urnas adaptadas e um sistema de auditoria robusto para assegurar a integridade do processo, além de uma forte campanha educativa para orientar eleitores e mesários sobre o novo procedimento. A complexidade técnica e os custos associados à implementação do voto impresso são fatores que pesam na análise de sua viabilidade, especialmente quando comparados à eficiência e agilidade do sistema de votação eletrônica já consolidado.