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SUS oferecerá novos tratamentos hormonais para endometriose

O Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas novas opções de tratamento hormonal para a endometriose no Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão, divulgada em matérias recentes, visa expandir o acesso a terapias que podem auxiliar no controle dos sintomas debilitantes da doença, como dores pélvicas intensas, cólicas menstruais severas e dismenorreia, que afetam significativamente a qualidade de vida de uma parcela expressiva da população feminina. A endometriose é uma condição ginecológica crônica caracterizada pelo crescimento de tecido semelhante ao endométrio fora do útero, podendo se manifestar em ovários, trompas, ligamentos uterinos e em alguns casos, em órgãos distantes como intestinos ou bexiga. A prevalência estimada no Brasil é de cerca de 15% das mulheres em idade reprodutiva, atingindo aproximadamente 7 milhões de pessoas, de acordo com dados levantados por entidades de saúde. A demora no diagnóstico, que pode levar em média de 7 a 10 anos, é um dos grandes desafios enfrentados pelas pacientes, impactando negativamente o prognóstico e a resposta aos tratamentos disponíveis. O diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos adequados são fundamentais para minimizar as complicações da doença, que incluem desde a infertilidade até o comprometimento de outros órgãos e a necessidade de intervenções cirúrgicas. A inclusão desses novos métodos hormonais no SUS representa um avanço importante na atenção à saúde da mulher, oferecendo abordagens terapêuticas que buscam não apenas aliviar a dor, mas também controlar a progressão da doença e melhorar as chances de gestação, quando desejado pelas pacientes. O DIU hormonal, que libera levonorgestrel diretamente na cavidade uterina, tem demonstrado alta eficácia na redução do sangramento menstrual e das dores associada à endometriose, além de oferecer um método contraceptivo de longa duração. Já o desogestrel, um progestagênio sintético utilizado em pílulas anticoncepcionais, pode ser uma alternativa para pacientes que preferem essa via de administração, atuando na supressão da ovulação e na redução do crescimento do tecido endométrico ectópico. A expectativa é que essas novas opções terapêuticas possam oferecer um alívio mais eficaz e duradouro para as mulheres que sofrem com a endometriose, reduzindo a necessidade de analgésicos potentes e de procedimentos invasivos, além de contribuir para uma melhor saúde reprodutiva. A medida também se alinha com a política nacional de planejamento familiar e saúde sexual e reprodutiva, promovendo a autonomia e o bem-estar das mulheres em todo o país. A oferta desses tratamentos reforça o compromisso do SUS em garantir acesso a cuidados de saúde de qualidade e baseados em evidências científicas para todas as brasileiras, independentemente de sua condição socioeconômica. As unidades de saúde deverão ser capacitadas para oferecer esses novos métodos e orientar as pacientes sobre suas indicações, benefícios e potenciais efeitos colaterais, assegurando um cuidado integral e personalizado.