Governador Zema entra em polêmica da Havaianas, que se recupera após boicote político
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, comentou a polêmica envolvendo um comercial da marca Havaianas, da Alpargatas, que gerou reações negativas de parte do público conservador. Zema utilizou suas redes sociais para expressar que, em sua visão, a marca deveria ter “sempre o pé direito”, uma frase que pode ser interpretada como um aceno à sua base de seguidores. Essa declaração insere o governador em um debate que já vinha mobilizando diferentes setores da sociedade e da política, especialmente após o comercial em questão ter sido alvo de acusações de partidarismo. A polarização política tem se infiltrado em diversas esferas da vida pública e privada, e empresas com grande apelo popular frequentemente se tornam palco de embates ideológicos. A Havaianas, com sua longa trajetória e forte identificação com o Brasil, não ficou imune a essa tendência. A própria associação da marca com um posicionamento político se tornou um ponto crucial de discórdia, evidenciando a sensibilidade do tema para os consumidores. A Alpargatas, por sua vez, enfrentou um período de turbulência com a repercussão negativa do comercial. No entanto, dados recentes divulgados pela empresa indicam uma recuperação significativa em seu desempenho financeiro, com resultados que beiram os meio bilhão de reais, demonstrando uma resiliência surpreendente diante da crise de imagem. Esse cenário sugere que, apesar das controvérsias e do boicote propagado por alguns segmentos, a base de consumidores da marca pode ser mais diversificada ou que a própria repercussão acabou atraindo novos interessados, impulsionando as vendas. A forma como a empresa lidou com a situação e a subsequente recuperação financeira oferecem um estudo de caso interessante sobre gestão de crise e o impacto da opinião pública em grandes corporações, especialmente em um contexto de intensa polarização política. O fato de autodeclarados bolsonaristas terem sido vistos comprando produtos da marca em lojas cheias adiciona uma camada de complexidade a essa narrativa, sugerindo que a adesão a um boicote nem sempre se traduz em abandono do produto. A discussão sobre o comercial e a recuperação da Alpargatas parecem preparar o terreno para debates ainda mais acirrados em torno das eleições de 2026, como aponta uma análise do Estadão, que previu um ano encerrado com uma “chinelada no bom senso”. Isso indica que as marcas e figuras públicas precisarão navegar em um ambiente cada vez mais sensível às suas posições e comunicações, sob o escrutínio constante de um público politizado.